IRÃ: ASSOCIAÇÕES FRANCESAS DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS PEDEM MOBILIZAÇÃO CONTRA
EXECUÇÕES
Paris, 10 ago (RV) – Várias associações francesas de defesa dos direitos humanos
fizeram um apelo à comunidade internacional, para que se mobilize contra o crescente
número de execuções no Irã, por considerarem que algumas delas têm como alvo dissidentes
políticos.
Representantes de várias entidades cívicas participaram ontem, em
Paris, de uma entrevista coletiva, convocada pelo Conselho Nacional da Resistência
Iraniana (CNRI), força opositora ao regime dos "aiatolás".
Um vídeo com imagens
de enforcamentos públicos em Teerã e detenções de delinqüentes com os maus-tratos
utilizados pelas forças governamentais ilustrou o encontro com a imprensa, durante
o qual, o bispo francês, Dom Jacques Gaillot, assinalou que o regime iraniano "teme
por seu futuro, por isso quer aterrorizar a população".
O prelado assegurou
que a ausência de uma reação por parte da comunidade internacional se deve a "interesses
políticos e financeiros" com o regime de Teerã.
O CNRI afirma que, no decorrer
deste ano, foram executados cerca de cem condenados, tanto publicamente quanto no
recinto das penitenciárias, e se acredita que, entre os delinqüentes comuns, tenham
sido executados jovens envolvidos em revoltas sociais.
Algumas dessas execuções
foram exibidas pelos meios de comunicação locais, com o intento de "instrumentalizar"
a punição, tornando-a uma "advertência" a toda a população, segundo o dirigente da
CNRI, Bezhad Naziri.
Durante a coletiva de imprensa, falou-se também sobre
o caso dos jornalistas curdos condenados à morte por tribunais iranianos. A União
Européia já manifestou sua apreensão pela sorte dos jornalistas e pediu a anulação
da pena. (AF)