2007-08-10 19:08:43

DOM MAMBERTI FALA SOBRE STATUS DIPLOMÁTICO DA SANTA SÉ


Cidade do Vaticano, 10 ago (RV) - O arcebispo Dominique Mamberti, secretário vaticano para as Relações com os Estados, respondeu à proposta do semanário inglês "The Economist", que sugeria que a Santa Sé renunciasse a seu status diplomático, passando a se definir apenas como "a maior ONG do mundo".

Numa entrevista ao jornal católico italiano "L'Avvenire", Dom Mamberti defendeu o papel da diplomacia do Vaticano a serviço da paz e dos direitos humanos, assumindo declaradamente, posições contracorrente, no que diz respeito à cultura dominante. "Não admira _ afirmou Dom Mamberti _ que se queira diminuir o eco da sua voz." De fato, "desempenhando seu próprio papel internacional, a Santa Sé está sempre a serviço da salvação integral do homem, segundo o mandato recebido de Cristo".

"Por detrás do convite a reduzir-se a uma ONG _ prosseguiu o prelado _ para além da incompreensão sobre o status jurídico da Santa Sé, existe também, provavelmente, uma visão redutiva de sua missão, que não é setorial ou ligada a interesses particulares, mas sim universal, que abarca todas as dimensões do homem e da humanidade."

"É por isso que a ação da Santa Sé, no âmbito da comunidade internacional, é, muitas vezes, sinal de contradição, porque ela não cessa de elevar a sua voz em defesa da dignidade de cada pessoa e da sacralidade da vida humana, sobretudo do mais fraco; assim como defende a tutela da família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, reivindica o direito fundamental à liberdade religiosa e promove entre homens e povos relações baseadas na justiça e na solidariedade" _ acrescentou.

Em sua entrevista, Dom Mamberti levantou a hipótese de que a proposta do semanário inglês possa ter sido motivada "por uma compreensão inexata do lugar da Santa Sé na comunidade internacional; um lugar que remonta ao início da própria comunidade internacional e se foi consolidando, sobretudo, no final do século XIX".

Dom Mamberti explicou que "com o desaparecimento dos Estados pontifícios, tornou-se cada vez mais claro que a personalidade jurídica internacional da Santa Sé é independente do critério da soberania territorial". (SP)







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