Cimeira entre as duas Coreias em Pyongyang no fim do mês.
(9/8/2007) Pela segunda vez desde que terminou a Guerra da Coreia, em 1953, os líderes
da Coreia do Norte e da Coreia do Sul vão reunir-se, de 28 a 30 do mês corrente. O
encontro do sul-coreano Roh Moo-hyun com o norte-coreano Kim Jong-il foi agendado
na sequência de duas deslocações à Coreia do Norte de funcionários superiores dos
serviços secretos da Coreia do Sul. Tecnicamente ainda inimigos, os líderes das
duas Coreias vão encontrar-se entre 28 e 30 de Agosto em Pyongyang, sete anos após
a primeira cimeira entre Norte e Sul que reduziu as tensões na península e possibilitou
o desenvolvimento da cooperação económica. Mas o anúncio do encontro, aplaudido pela
comunidade internacional, está a ser criticado pela oposição em Seul, que acusa o
pouco popular líder sul-coreano de golpe eleitoral.
Um dos temas que poderá
ser abordado na cimeira será um acordo de paz, uma vez que ambos os países continuam
em guerra após o conflito de 1950-1953. O processo de desnuclearização da Coreia do
Norte também deverá ser debatido, apesar de os analistas acreditarem que neste aspecto
não haverá grandes avanços, uma vez que ainda estão a decorrer as conversações a seis
- com EUA, Rússia, China e Japão. Pyongyang tem feito avanços significativos para
o fim do seu programa nuclear, tendo encerrado em Julho o reactor de Yongbyon em troca
de petróleo.
Os EUA "apoiam" este diálogo Norte-Sul e esperam que a cimeira
contribua "para a promoção da paz e segurança na península da Coreia". Uma ideia secundada
pelo secretário-geral das Nações Unidas, o sul-coreano Ban Ki-Moon. Também a China
espera "resultados positivos". Já o Japão, partidário de uma "linha dura" contra o
regime de Kim Jong-il, espera que o diálogo "alivie a tensão", mas exige ser ouvido
sobre os seus 13 cidadãos sequestrados nas décadas de 70 e 80 por Pyongyang.