CONCLUI-SE VISITA DO PRESIDENTE DO PONTIFÍCIO CONSELHO DA JUSTIÇA E DA PAZ A UGANDA
Campala, 7 agos (RV) - O presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da
Paz, Cardeal Renato Raffaele Martino, concluiu hoje, terça-feira, a sua visita pastoral
a Uganda.
Durante a visita ao país africano, o Cardeal Martino presenteou o
vice-presidente de Uganda, Gilbert Bukenya, com uma cópia do Compêndio da Doutrina
Social da Igreja.
O purpurado sublinhou que o compêndio "é um livro que deveria
ser lido por todos os políticos, independente de suas crenças, porque contém as verdades
realmente universais". Para o cardeal, o Compêndio é um texto que "representa um ponto
de referência para a promoção de uma cidadania verdadeiramente responsável, fundada
em valores evangélicos".
O purpurado celebrou a missa conclusiva, esta manhã,
na Catedral de Gulu, situada ao norte de Uganda, que contou com a participação de
vários fiéis.
Durante a homilia, o presidente de Justiça e Paz, dirigindo-se
especialmente aos bispos concelebrantes _ o arcebispo de Gulu, Dom John Baptist Odama,
o presidente da Conferência Episcopal de Uganda e bispo de Lugazi, Dom Matthias Ssekamanya
_ recordou que a paz é um dom de Deus, mas é também uma responsabilidade compartilhada
por todas as Igrejas e pelo povo de Deus.
O purpurado fez um apelo em defesa
dos meninos-soldados, pedindo que eles sejam reinseridos na sociedade, após terem
perdido a sua infância por causa do conflito armado.
"Agora que já não mais
se combate ao norte de Uganda, é preciso criar condições a fim de serem curadas as
feridas provocadas pelo ódio e pela violência" _ disse ainda o purpurado.
O
Cardeal Martino pediu à comunidade internacional um maior esforço em favor das crianças
para que elas retornem à sociedade civil. O purpurado condenou a prática de seqüestros
de menores, estimando que cerca de 30 mil crianças foram seqüestradas pelas forças
rebeldes.
Falando sobre essa visita pastoral a Uganda _ que chegava a seu fim
_ eis o que disse o purpurado:
"Vou-me embora cheio de esperança, porque confrontando
as duas visitas _ uma em 2003 e essa realizada nesses dias _ pude observar que antes
existia desespero e pessimismo, hoje, ao invés, existe uma negociação de paz que prossegue
adiante. A atmosfera é realmente positiva, até mesmo nos campos de deslocados. Muitos
querem retornar às suas casas, às suas terras. É uma atmosfera de esperança e de paz,
e estou muito feliz de ter trazido aqui, em nome do Santo Padre, a sua solidariedade
e a sua bênção. Os bispos ugandenses estiveram sempre comigo e levaram a presença
de toda a Igreja nessa terra que caminha em direção da paz e da reconciliação." (MJ)