2007-08-07 17:00:28

CARDEAL JEAN-LOUIS TAURAN DIZ QUE BALANÇO DA GUERRA ANGLO-AMERICANA NO IRAQUE É NEGATIVO


Cidade do Vaticano, 6 agos (RV) - O presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, disse hoje numa entrevista à revista italiana "30 Giorni", que o "balanço da guerra anglo-americana no Iraque é negativo, os cristãos são mais perseguidos que antes, e que o Iraque está se afundando numa guerra civil".

O purpurado sublinhou ainda que basta olhar a situação do Iraque, pois os "fatos falam por si mesmos" _ respondendo a uma pergunta na qual se lembra o seu parecer negativo acerca da decisão dos EUA e da Grã-Bretanha de iniciar a guerra contra Saddam Hussein.

"Ter marginalizado a comunidade internacional _ explica o cardeal _ foi um erro. Foi usado um método injusto. O que vemos hoje? O poder está nas mãos dos mais fortes, dos xiitas, e o país está afundando numa guerra civil confessional que não poupa nem mesmos os cristãos, que paradoxalmente eram mais protegidos com a ditadura."

"Não me parece que a iniciativa anglo-americana tenha tido um êxito positivo. Teria preferido ser um mau profeta. Mas infelizmente não foi assim" _ disse ainda o purpurado.

Ainda na mesma entrevista, o Cardeal Tauran reiterou que a Santa Sé está intencionada a manter aberto o diálogo com o Islã, quer com o Islã moderado, quer com os componentes mais rígidos e tradicionais que porém rejeitam a violência.

O purpurado disse ainda que "mesmo não tendo atualmente um diálogo teológico, é possível haver um diálogo cultural, de caridade e de paz".

Para o presidente do referido organismo vaticano, o ocidente vê freqüentemente o Islã como um "bloco único", quando na verdade existem vários Islãs, entre os quais aquele que mata, e com o qual não é possível diálogo.

Questionado sobre o discurso do papa na universidade de Regensburg, na Alemanha, o Cardeal Tauran afirma que, "num primeiro momento", esse pronunciamento tinha comprometido o diálogo, mas que "depois, sobretudo durante a viagem à Turquia, o papa se explicou muito bem".

"Devemos privilegiar o diálogo com o Islã moderado e também com os representantes islâmicos que, mesmo tendo uma visão rígida da própria fé, negam o uso da violência" _ finalizou o purpurado. (MJ)







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