Papa saúda os escuteiros, pelo seu centenário, saúda vitória da selecção iraquiana
de futebol na Taça da Ásia e apela à concórdia na sociedade.
(1/8/2007) Respirou-se o costumado ambiente festivo na Aula Paulo VI, no Vaticano,
na concorrida audiência geral desta quarta-feira, a primeira depois do regresso do
Papa da sua estadia alpina de três semanas. Chegado na quinta-feira à noite a Castelgandolfo,
Bento XVI deslocou-se nesta quarta de manhã ao Vaticano para este encontro com milhares
de peregrinos provenientes de todo o mundo, incluindo Portugal. Não faltou uma saudação
na nossa língua, em que o Papa refere o tema da sua catequese: os escritos de São
Basílio, “Padre” e “Doutor” da Igreja, do século IV. Amados Irmãos
e Irmãs: A Catequese de hoje nos ajuda a reflectir sobre os escritos de
São Basílio, com os quais esse Santo Doutor da Igreja pede a todos os cristãos um
amor total e concreto por Deus e pelo próximo, manifestado por uma dedicação sem reservas
à Palavra de Deus, através de uma perfeita vida evangélica. No ensejo destas
reflexões, convido os peregrinos de língua portuguesa, mormente aos portugueses aqui
presentes de Évora, de Lisboa e de Matosinhos, que levem deste encontro, com a fé
mais avivada, o empenho de dar testemunho d’Aquele que a si próprio se designou a
Verdade, Jesus Cristo. E, em Seu nome, vos abençoo.
Na sua catequese
mais desenvolvida, em italiano, o Papa referiu, entre as “mensagens importantes” contidas
na vida e obra de São Basílio, “antes de mais a insistência no mistério de Deus, princípio
de todas as coisas e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, de que nós descobrimos a bondade
e sabedoria através das suas criaturas”. Por outro lado, observou ainda Bento XVI,
“Basílio concede um amplo espaço à obra do Espírito Santo, dom da adopção filial e
primícias dos bens eternos, Ele que anima a Igreja e a torna santa. Para ele, é a
luz irradiante do mistério divino que se reflecte sobre o homem, imagem de Deus, pondo
em realce a sua dignidade”. “Para Basílio, as obras de caridade são necessárias para
manifestar a fé: por elas, os homens servem a Deus, reconhecendo que estes são todos
irmãos.”
Bento XVI recordou “as palavras fortes e corajosas” que Basílio
pronunciava nas suas homilias a propósito do mandamento de amar o próximo como a si
mesmo. “Palavras muito actuais, que o revela como um dos pais da doutrina social da
Igreja” – acrescentou ainda Bento XVI.
Presente, nesta audiência geral, uma
consistente delegação de escuteiros, no primeiro centenário da criação deste movimento,
na Inglaterra, da parte de Baden Powell.
Saúdo o grupo de escuteiros da Europa,
que esta manhã, com a sua presença, desejam reafirmar a sua participação eclesial,
depois de terem renovado a promessa escuteira, que os empenha a realizarem os seus
próprios deveres para com Deus e a servirem os outros com generosidade”.
Foi
de facto no dia 1 de Agosto de 1907 – faz hoje exactamente 100 anos – que teve lugar,
na ilha de Brownsea, o primeiro acampamento escuteiro da história.
O Papa
concluiu esta referência às celebrações dos escuteiros fazendo votos que o movimento
surgido da intuição de Lord Robert Baden Powell continue a dar frutos em todos os
países do mundo.
Uma última palavra, reservou-a Bento XVI, no final da
audiência, à grande alegria vivida nestes dias por toda a população iraquiana em razão
da vitória da equipa nacional de futebol na Taça da Ásia:
Trata-se de um
sucesso histórico do Iraque, que pela primeira vez se tornou campeão da Ásia – de
futebol. Fiquei positivamente impressionado com o entusiasmo que contagiou todos os
habitantes, fazendo-os sair à rua para festejar o acontecimento. Como tantas vezes
tenho chorado com os iraquianos, nesta circunstância – com eles me alegro. Esta
experiência de jubilosa partilha revela o desejo de um povo de ter uma vida normal
e serena. Faço votos que o acontecimento possa contribuir para realizar no Iraque,
com a contributo de todos, um futuro de autêntica paz na liberdade e no respeito recíproco.
Parabéns!