2007-07-31 16:10:25

TALIBÃS PEDEM AO PAPA QUE CONDENE A MORTE DE CIVIS NOS BOMBARDEIOS DAS POTÊNCIAS OCUPANTES


Cidade do Vaticano, 30 jul (RV) - Bento XVI fez um apelo aos talibãs, no Angelus deste domingo, para que libertem os 22 cristãos sul-coreanos seqüestrados no dia 19 do corrente na província afegã de Ghazni, durante a viagem que faziam entre Cabul e Qandahar, no sul do Afeganistão.

Em seu apelo, o pontífice disse que "se trata de graves violações da dignidade humana, que estão em contraste com toda norma elementar da civilização e do direito, e que ofendem gravemente a lei divina".

Por sua vez _ em resposta ao apelo do pontífice _ os talibãs pediram ao papa que ele condene as perdas civis provocadas pelas forças internacionais no Afeganistão. "Por que o papa não condena as mortes de civis provocadas pelas tropas estrangeiras? Elas bombardeiam inocentes" _ questionou Youssouf Armadi, porta-voz dos insurgentes, garantindo que as forças internacionais mantinham afegãos presos.

"Enquanto mulheres afegãs forem mantidas em prisões norte-americanas de Bagram e Qandahar, nós não aceitaremos o pedido do papa"_ acrescentou por telefone Youssouf Armadi à agência France Press, dizendo ainda ao papa que se ele realmente quer a libertação dos cristãos sul-coreanos, que também peça a libertação dos afegãos presos.

Por outro lado, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, disse hoje que o "Santo Padre manifestou várias vezes o seu pesar pelas vítimas inocentes de tantos conflitos em andamento no mundo. Ele não as esquece absolutamente" _ afirmou Pe.Lombardi em entrevista à agência de notícias ANSA.

Pe. Lombardi disse ainda que o pontífice quis manifestar a sua preocupação pelo aumento de uma forma particular de violência que se exprime na captura de reféns inocentes e nas ameaças de morte.

"Dessa forma, se agrava sempre mais o círculo vicioso do ódio e da morte. É um apelo que compartilha todo aquele que tem em seu coração o respeito, a dignidade da pessoa humana e a luta pela paz"_ concluiu Pe. Lombardi.

Após o vencimento, nesta segunda-feira, de dois ultimatos para o cumprimento de exigências do grupo radical islâmico Talibã, os insurgentes afegãos voltaram a estender até a próxima quarta-feira o prazo para a libertação ou a execução dos referidos 22 reféns missionários protestantes sul-coreanos.

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, assegurou no domingo que seu Executivo fará todos os esforços possíveis para a libertação dos reféns através de uma solução conveniente.

O governo afegão foi alvo de duras críticas em abril passado, por ter libertado cinco prisioneiros talibãs em troca do jornalista italiano Daniele Mastrogiacomo, que tinha sido seqüestrado pelos insurgentes em março. (MJ-PL)







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