SEQÜESTRAR PESSOAS INOCENTES É CONTRA A LEI DIVINA: O APELO DO PAPA, NO ANGELUS,
PELOS REFÉNS COREANOS NO AFEGANISTÃO
Castel Gandolfo, 29 jul (RV) – Bento XVI encontra-se desde sexta-feira, dia
27, na residência pontifícia de verão de Castel Gandolfo, próximo a Roma, após merecido
período de repouso entre as montanhas Dolomitas, nos Alpes italianos _ de 9 a 27 do
corrente. Com efeito, esta manhã, ao meio-dia, o Santo Padre rezou a primeira oração
do Angelus deste ano com os fiéis da cidadezinha do Lácio, reunidos no pátio
interno da residência pontifícia.
Antes de rezar a oração mariana, como faz
habitualmente, o Santo Padre pronunciou sua alocução dominical, expressando sua alegria
de poder regressar entre os habitantes dali, durante este período de férias de verão,
aqui na Europa:
"Tendo regressado, anteontem, de Lorenzago _ disse o papa _
sinto-me feliz de poder encontrar-me novamente aqui, em Caltel Gandolfo, no ambiente
familiar desta linda cidadezinha, onde espero permanecer durante todo o período de
verão, se Deus quiser".
O pontífice agradeceu a Deus, mais uma vez, por ter
transcorrido dias serenos entre as montanhas de Cadore. De fato, o papa expressou,
novamente, seu reconhecimento profundo a todos os que organizaram seus 19 dias de
repouso e os que colaboraram para que tudo transcorresse bem.
Após ter agradecido
a população de Castel Gandolfo pela sua cordial e típica hospitalidade, Bento XVI
recordou o tema de que tratou, no Angelus domingo passado, entre as Montanhas
alpinas, ou seja, a mensagem de paz que seu predecessor, Bento XV, enviou, 90 anos
atrás, aos países que entravam na I Guerra Mundial.
Hoje, o Santo Padre aproveitou
para falar de outra importante ocorrência, ligada ao tema da paz: os 50 anos da entrada
em vigor do Estatuto da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), cuja finalidade
é a de "solicitar e incrementar a contribuição da energia atômica pela causa da paz,
da saúde e da prosperidade, no mundo inteiro".
A propósito, o papa recordou
que a Santa Sé aprova plenamente as finalidades desse organismo internacional, do
qual faz parte desde o início da sua fundação, e continua a apoiar as suas atividades.
E acrescentou:
"As mudanças do nosso tempo, ocorridas nos últimos 50 anos,
evidenciam que, na difícil encruzilhada em que se encontra a humanidade, se torna
sempre mais atual e urgente o empenho de incentivar a não proliferação de armas nucleares,
promover um desarmamento nuclear, progressivo e concorde, favorecer o uso pacífico
e seguro da tecnologia nuclear, para um autêntico desenvolvimento, sempre respeitoso
do ambiente, que leve em conta as populações menos avantajadas."
Por isso,
o pontífice fez seus votos de que cheguem a bom termo os esforços dos que trabalham,
com determinação, para a realização destes três objetivos, sobretudo para o bem dos
mais pobres.
Por fim, o papa recordou o Catecismo da Igreja Católica, que diz:
"A corrida aos armamentos deve ser substituída por um esforço comum, a fim de canalizar
os recursos para objetivos de desenvolvimento moral, cultural e econômico, redefinindo
as prioridades e as escalas de valores".
O Santo Padre concluiu sua alocução
dominical fazendo a seguinte exortação aos numerosos fiéis, reunidos no pátio interno
da residência pontifícia de Castel Gandolfo:
"Confiemos, novamente, à intercessão
de Maria Santíssima a nossa oração pela paz, sobretudo a fim de que os conhecimentos
científicos e técnicos sejam sempre aplicados com senso de responsabilidade e pelo
bem comum, no pleno respeito do direito internacional. Rezemos, enfim, para que os
homens possam viver em paz e sentir-se todos irmãos, filhos de um único Pai: Deus".
Em
seguida, Bento XVI lembrou a onda de seqüestros no mundo, a mais recente no Afeganistão,
de 22 reféns sul coreanos, afirmando que está se difundindo, entre os grupos armados,
o costume de utilizar pessoas inocentes como instrumentos para reivindicar interesses
de parte. Por isso, o Santo Padre fez mais um premente apelo:
"Trata-se de
graves violações da dignidade humana, que estão em contraste com toda norma elementar
da civilização e do direito e que ofendem gravemente a lei divina. Dirijo o meu apelo
aos atores de tais atos criminosos, a fim de que desistam do mal cometido e libertem
as suas vítimas incólumes".
Enfim, após ter rezado a oração do Angelus
com os fiéis e peregrinos _ provenientes de diversas partes do mundo _ o pontífice
saudou os presentes em várias línguas, concedendo a todos a sua Bênção apostólica.
(MT)