PARA IGREJA, POBREZA NO SUL DA ÁFRICA É 'INADMISSÍVEL'
Luanda, 30 jul (RV) - Os bispos católicos do Sul da África (África Austral)
_ num comunicado oficial divulgado neste sábado _ classificaram como "inadmissível"
a pobreza do povo da região, diante das riquezas naturais "abundantes" de alguns países.
"No
caso de alguns países da região, os recursos naturais outorgados pela providência
divina são tão abundantes, que se torna inadmissível a situação de pobreza do povo",
afirmaram os bispos numa mensagem pastoral redigida após a 8ª assembléia da Associação
Inter-regional dos Bispos da África Austral (Imbisa, da sigla em inglês), que se concluiu
na sexta-feira, dia 27, em Luanda, capital de Angola.
O tema dessa edição da
assembléia foi o bom governo dentro e fora da Igreja, norteando uma série de debates.
De acordo com os prelados, "o desenvolvimento por meio do bom governo constitui um
compromisso obrigatório para todos os responsáveis".
"Na Igreja, o desenvolvimento
se identifica com a procura de auto-suficiência em recursos humanos e materiais para
as dioceses e paróquias", diz a mensagem.
O texto afirma que "o desenvolvimento
deve ser mais humano, deve incluir o crescimento em recursos materiais, de forma que
o país possa resolver por si mesmo os seus respectivos problemas".
Em relação
ao governo e à administração pública, os bispos católicos afirmaram que "nenhum governante
pode ignorar o povo como verdadeiro proprietário da fazenda (dinheiro) pública ou
do patrimônio nacional, habitualmente representado pelo Estado".
"O governante,
tanto civil como eclesiástico, não é dono, é administrador dos bens da comunidade,
e na gestão do patrimônio todo governante é obrigado a agir segundo as leis", ressalta
o documento divulgado pelos bispos.
Para os bispos, "o governo, para ser bom,
inclui a transparência consubstanciada numa contabilidade crível e séria prestação
de contas".
"Um governante, como um funcionário que é pago com o dinheiro do
povo, deve considerar-se empregado do mesmo povo, por isso há de servi-lo com respeito
e não com altivez", afirmaram os bispos na mensagem. (MZ)