2007-07-30 20:46:11

PARA IGREJA, POBREZA NO SUL DA ÁFRICA É 'INADMISSÍVEL'


Luanda, 30 jul (RV) - Os bispos católicos do Sul da África (África Austral) _ num comunicado oficial divulgado neste sábado _ classificaram como "inadmissível" a pobreza do povo da região, diante das riquezas naturais "abundantes" de alguns países.

"No caso de alguns países da região, os recursos naturais outorgados pela providência divina são tão abundantes, que se torna inadmissível a situação de pobreza do povo", afirmaram os bispos numa mensagem pastoral redigida após a 8ª assembléia da Associação Inter-regional dos Bispos da África Austral (Imbisa, da sigla em inglês), que se concluiu na sexta-feira, dia 27, em Luanda, capital de Angola.

O tema dessa edição da assembléia foi o bom governo dentro e fora da Igreja, norteando uma série de debates. De acordo com os prelados, "o desenvolvimento por meio do bom governo constitui um compromisso obrigatório para todos os responsáveis".

"Na Igreja, o desenvolvimento se identifica com a procura de auto-suficiência em recursos humanos e materiais para as dioceses e paróquias", diz a mensagem.

O texto afirma que "o desenvolvimento deve ser mais humano, deve incluir o crescimento em recursos materiais, de forma que o país possa resolver por si mesmo os seus respectivos problemas".

Em relação ao governo e à administração pública, os bispos católicos afirmaram que "nenhum governante pode ignorar o povo como verdadeiro proprietário da fazenda (dinheiro) pública ou do patrimônio nacional, habitualmente representado pelo Estado".

"O governante, tanto civil como eclesiástico, não é dono, é administrador dos bens da comunidade, e na gestão do patrimônio todo governante é obrigado a agir segundo as leis", ressalta o documento divulgado pelos bispos.

Para os bispos, "o governo, para ser bom, inclui a transparência consubstanciada numa contabilidade crível e séria prestação de contas".

"Um governante, como um funcionário que é pago com o dinheiro do povo, deve considerar-se empregado do mesmo povo, por isso há de servi-lo com respeito e não com altivez", afirmaram os bispos na mensagem. (MZ)







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