PRESIDENTE VENEZUELANO PEDE DESCULPAS AO CARDEAL MARADIAGA
Caracas, 28 jul (RV) - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, pediu desculpas
ao arcebispo de Tegucigalpa, Cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, por tê-lo chamado
de "papagaio e palhaço imperialista". Por outro lado, Chávez reclamou ao cardeal hondurenho
que retifique as críticas feitas à gestão de seu governo na Venezuela.
Se ofendi
ao cardeal de Tegucigalpa, eu _ atendendo ao pedido de meu amigo, o presidente de
Honduras, Manuel Zelaya _ "peço minhas desculpas, não me custa nada", disse Chávez
durante um ato oficial no Estado de Trujillo, transmitido em cadeia de rádio e televisão.
Ademais,
o mandatário venezuelano disse que "oxalá" o cardeal "tenha a sabedoria de reconhecer
que se equivocou quando disse, sem conhecimento de causa, que aqui há uma ditadura".
"Se
tiver dúvidas _ prosseguiu Chávez _ inclusive o convido, venha senhor cardeal e passeie
pelas cidades da Venezuela, fale com o povo de Deus, o povo venezuelano, para que
veja a verdade."
Por fim, o mandatário venezuelano insistiu em acusar o papa
de ter se "equivocado", em Aparecida, SP, quando explicou que a evangelização não
foi uma "imposição" nem "uma alienação" das culturas pré-colombianas _ frisou Chávez
em alusão ao discurso de Bento XVI, feito no dia 13 de maio passado, na abertura da
V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe.
Contudo, na
audiência geral da quarta-feira, dia 23 do mesmo mês, realizada na Praça São Pedro,
Bento XVI, fazendo um balanço de sua viagem apostólica ao Brasil, ao falar da evangelização
do subcontinente latino-americano, reconheceu que a recordação de um passado glorioso
não pode ignorar as sombras que acompanharam essa evangelização:
“De fato _
disse o papa _ não é possível esquecer os sofrimentos e as injustiças perpetradas
pelos colonizadores às populações indígenas, muitas vezes espezinhadas em seus direitos
humanos fundamentais. Mas a imperiosa menção de tais crimes injustificáveis _ crimes
desde então condenados pelos missionários como Bartolomeu de Las Casas e por teólogos
como Francesco de Vitória, da Universidade de Salamanca _ não deve impedir de considerar
com gratidão a obra maravilhosa feita pela graça divina entre aquelas populações ao
longo desses séculos.” (JD)