Empenho na reunificação e coesão das familias migrantes, pede presidente da comissão
episcopal portuguesa da mobilidade humana
(27/7/2007) O bispo presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana da Conferência
Episcopal Portuguesa pediu esta quinta-feira empenho da sociedade na reunificação
e coesão das famílias migrantes e refugiadas. Em mensagem intitulada «Construir
Família em Terra Estrangeira», difundida pela agência do episcopado português, Ecclesia,
D. António Vitalino, bispo de Beja, afirma que é um dado adquirido que a pessoa humana
precisa da família para nascer, crescer integralmente e viver.
«Sem esta relação
primordial dificilmente teremos pessoas com auto-estima e estabilidade interior suficientes
para enfrentar as crises de crescimento e integrar-se harmoniosamente nas respectivas
sociedades.»
Por isso, de acordo com aquele bispo, é de todo o interesse para
a sociedade, em geral, que se ponha em prática a Convenção Internacional para a protecção
dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e dos membros das suas famílias,
que entrou em vigor a 1 de Julho de 2003.
«É necessário salvaguardar o direito
humano à reunião dos membros da família dos migrantes e refugiados e dar-lhes condições
de inclusão na sociedade de trânsito ou de residência, para evitar graves crises afectivas,
geracionais e sociais», afirma.
Segundo D. António Vitalino, a memória e trajectória
das Comunidades Portuguesas estão repletas de crises familiares.
«De fato,
por falta do devido cuidado pastoral, ou mesmo por se ter dificultado – através de
leis políticas alimentadas por atitudes securitárias – a unificação e reagrupamento
familiar dos migrantes, têm surgido muitos desajustamentos nos membros da primeira
geração de emigrantes portugueses, assim como de imigrantes em Portugal.»
«Constatam-se
“mecanismos de defesa” que impedem uma maturação dos jovens da segunda geração – afirma
o bispo –, o que pode provocar graves perturbações da vida social, como ultimamente
se verificou em algumas cidades e bairros de países da União Européia.»
D.
António Vitalino reafirma o seu «apelo a todos os cristãos, estruturas eclesiais e
homens de boa vontade, seja qual for a religião, mas apaixonados – como nós – pela
beleza da dignidade humana, para que não adormeçam na indiferença e, com a fantasia
da caridade, inspirados pelo direito a viver em família , tudo façam para a reunificação
e coesão das famílias migrantes e refugiadas.