2007-07-20 20:47:29

MISSIONÁRIO DO PIME AGRADECE COMOVIDO AO PAPA E AOS QUE LHE ESTIVERAM PRÓXIMOS NOS 39 DIAS DE CATIVEIRO


Manila, 20 jul (RV) - O missionário do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME), Pe. Giancarlo Bossi, seqüestrado no dia 10 de junho passado na ilha filipina de Mindanao, foi libertado ontem, quinta-feira, a cerca de 10Km de sua paróquia, em Payao, onde habitualmente trabalha.

O missionário apresenta-se emagrecido, abatido, mas determinado a voltar logo à vida de sempre. Informado sobre as diversas iniciativas de solidariedade organizadas pela sua libertação e sobre a oração de Bento XVI, o sacerdote, comovido, agradeceu _ nos microfones da Rádio Vaticano _ ao Santo Padre e a todos aqueles que se esforçaram pela sua libertação.

O missionário encontra-se em Manila, acompanhado do Superior do PIME nas Filipinas, Pe. Gianni Sandalo. O Pe. Bossi transcorrerá alguns dias de repouso na capital do país asiático. Inicialmente, ele nos diz como foram esses 39 dias transcorridos como refém:

Pe. Giancarlo Bossi:- "É uma experiência que não gostaria que ninguém fizesse, porque é muito dura. Hesitaria muito a aconselhar alguém a fazer uma experiência como a minha. Por outro lado, estou entendendo aos poucos que nos ensina tantas coisas. Portanto, terei tempo nestes meses _ creio _ para refletir sobre aquilo que realmente aconteceu."

P. Pe. Bossi, houve momentos difíceis, momentos que o senhor se sentiu desencorajado?

Pe. Giancarlo Bossi:- "Não, graças a Deus jamais me desencorajei, graças à experiência de Pe. Bento, seqüestrado e depois libertado, e de Pe. Giuseppe Pierantoni, também ele seqüestrado e libertado. Portanto, também eu mantive a calma e me disse: 'também eu serei um dia libertado'. Jamais perdi a tranqüilidade dentro de mim, e disso devo verdadeiramente agradecer ao Senhor, que me manteve sereno e tranqüilo diante de tudo aquilo que estava acontecendo comigo."

P. Havia um diálogo com seus seqüestradores?

Pe. Giancarlo Bossi:- "Todos os dias conversávamos. Eles rezavam e eu rezava. Uma das perguntas que eu fazia a eles, e também a mim, era: 'Estamos rezando para o mesmo Deus ou é um Deus diferente, vez que vocês rezam do lado direito com o fuzil e eu refém rezo do lado esquerdo? É o próprio Deus que quer todas essas coisas ou não?' Certas perguntas aos poucos estão ainda dentro de mim e devo ainda aprofundar todo o sentido dessas coisas."

P. Pe. Bossi, os seqüestradores lhe explicaram as motivações de seu seqüestro?

Pe. Giancarlo Bossi:- "Eles querem dinheiro para poder comprar as armas e a motivação para seqüestrar-me é que sou italiano, portanto, não sendo filipino, o governo teria procurado, com todos os meios, a minha libertação."

P. O senhor foi informado sobre as tantas iniciativas de oração e de solidariedade, também sobre a oração do papa pela sua libertação?

Pe. Giancarlo Bossi:- "Agradeço de coração pela oração do papa e do Pe. Gianni _ superior do PIME nas Filipinas_ que me explicará melhor aquilo que foi feito por mim. Devo agradecer, porque a cada dia aumenta a minha alegria. É preciso agradecer a toda essa gente que rezou por mim. Uma das coisas dessa minha experiência é que no tempo livre, que era tanto, eu pensava em toda a minha vida, em todas as pessoas que encontrei, recordava o rosto dos amigos, pensava nos amigos vivos, nos amigos que já morreram, e creio que também isso tenha sido muito bonito."

P. Pe. Bossi _ uma última questão _ o senhor é missionário. Como essa experiência fez o senhor ver a sua missão?

Pe. Giancarlo Bossi:- "Creio que me tenha feito entender que ainda estamos muito distante de nos reconhecer como irmãos. Eu espero e creio que chegará o dia no qual poderemos dizer juntos que Deus é nosso Pai, como filhos de Deus, e reconhecer que entre nós somos verdadeiramente irmãos e irmãs." (RL)







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