PE. JAEGER: O ACORDO ENTRE SANTA SÉ E ISRAEL É POSSÍVEL, MAS É PRECISO DAR TEMPO AO
TEMPO
Jerusalém, 13 jul (RV) – Foi divulgada ontem, quinta-feira, a notícia sobre
o encontro da Comissão bilateral de trabalho entre a Santa Sé e Israel, realizado
na quarta-feira, em Jerusalém. Durante essa reunião, as partes decidiram que o próximo
encontro terá lugar no dia 3 de setembro próximo.
A propósito da importância
desse encontro e do progresso das negociações, a Rádio Vaticano entrevistou Pe. David
Jaeger, especialista nas relações entre a Igreja e o Estado de Israel. Eis o que ele
nos disse:
Pe. David Jaeger:- "A finalidade das negociações, na perspectiva
da Igreja Católica, é a de obter a confirmação dos direitos já adquiridos pela Igreja
em território israelense, no momento da criação do atual Estado israelense, em 1948.
Esses direitos dizem respeito _ no acordo em elaboração _ à segurança das propriedades
da Igreja Católica, primeiros dos quais _ obviamente _ os Lugares Sagrados. Mas dizem
respeito também, à confirmação das isenções de impostos e taxas asseguradas à Igreja,
no momento da criação do Estado de Israel, em virtude dos tratados e instituições
precedentes. Quando do estabelecimento de relações diplomáticas entre a Santa Sé e
Israel _ em 1994 _ se concordara assinar, antes de tudo, o Acordo Fundamental de 1993,
para depois, se proceder à elaboração de uma série de acordos específicos."
P.
Pe. Jaeger, após um período de dificuldades nas negociações, agora os encontros da
Comissão bilateral têm-se realizado com regularidade. Pode-se falar de um novo clima,
de um clima construtivo?
Pe. David Jaeger:- "Pelo que sabemos, as
negociações não têm, por si mesmas, grandes problemas intrínsecos. O Acordo _ no meu
modo de ver _ é certamente fatível. Por um longo período, o único problema que havia
era o "poder-se encontrar"; era difícil fixar uma data para um encontro. Todavia,
uma vez estabelecidas as datas dos encontros, as negociações sempre se desenvolveram
muito bem. A questão é que, para que as negociações possam alcançar uma conclusão,
é preciso dar-lhes tempo. Trata-se de questões extremamente complexas, que não podem
ser decididas senão depois de muitas horas e muitos encontros de diálogo." (AF)