Respeitar a dignidade do migrante, mesmo em situação legal irregular
(11/7/2007) Intervindo no Forum Global sobre Migração e Desenvolvimento, que decorre
em Bruxelas até esta quarta-feira, D. Agostinho Marchetto, secretário do Conselho
Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, dirigiu aos governos – em
nome do Santo Padre – um apelo a que ratifiquem a Convenção Internacional sobre a
Protecção dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e suas Famílias.
“Os
migrantes – recordou o arcebispo Marchetto – contribuem para o bem-estar do país de
acolhimento e, em razão da sua dignidade humana, devem ser respeitados e verem garantidas
as suas liberdades: o direito a uma vida digna, a um tratamento equitativo no lugar
de trabalho, a ter acesso à instrução, à saúde e a outros benefícios sociais, a desenvolverem
as suas próprias capacidades, a crescerem de um ponto de vista humano, a manifestarem
livremente a sua própria cultura e porem em prática a sua religião”.
Na
sua intervenção, D. Agostinho Marchetto sublinhou, por outro lado, que direitos e
deveres vão de pari passu: “os migrantes, pela sua parte, têm o dever de respeitar
a identidade e as leis do país de residência, lutando por uma justa integração (que
não quer dizer assimilação) na sociedade de acolhimento, aprendendo a respectiva língua.
Hão-de favorecer a estima e respeito do país de acolhimento, ao ponto de o amarem
e defenderem.
Finalmente, uma referência aos imigrantes em situação irregular,
que “em todo o caso, independentemente do seu status legal , mantêm sempre a sua dignidade
humana inalienável”, pelo que “os seus direitos hão-de ser salvaguardados e não negados
ou violados”. Para a Santa Sé, “o status de migrante irregular de modo algum significa
criminalidade. A solução – conclui – é melhorar a cooperação internacional, desencorajando
a clandestinidade e aumentando os canais legais para a migração”.