BENTO XVI PEDE A BISPO DA REPÚBLICA DOMINICANA QUE APÓIEM A FAMÍLIA NO PROJETO CRISTÃO
Cidade do Vaticano, 05 jul (RV) - Diante dos desafios do mundo globalizado,
Bento XVI recomendou aos bispos da República Dominicana em visita "ad Limina", recebidos
em audiência esta manhã, que anunciem o Evangelho "de modo claro e preciso", nos diversos
âmbitos da sociedade, valorizando o papel da família.
O Santo Padre uniu-se
aos prelados dominicanos em suas preocupações que, embora testemunhem uma Igreja "viva,
dinâmica e participativa", lamentaram "os sintomas de um processo de secularização",
no qual "para muitos, Deus não representa a origem e a meta, nem o sentido último
da vida".
Apesar disso, o povo dominicano mantém, no fundo, "uma alma profundamente
cristã" _ ressaltou Bento XVI _ da qual se deve partir novamente, para alcançar o
objetivo primário de anunciar a verdade sobre Cristo e sobre o homem a toda criatura,
defendendo, sobretudo, a família _ "Igreja doméstica" _ para que não fique sozinha
diante dos grandes desafios que deve afrontar". As famílias _ sublinhou o papa _ devem
ser ajudadas e animadas pela comunidade eclesial em seu projeto cristão de vida tão
freqüentemente sujeito a ataques e perigos.
O pontífice citou, em particular,
"o drama do divórcio e as pressões para legalizar o aborto, bem como a difusão das
uniões em desacordo com o desígnio do Criador sobre o matrimônio".
"A família
tem o direito a todo o apoio do Estado, para realizar plenamente sua missão." A seguir,
o pontífice pediu a colaboração das instituições públicas, "para proteger a estabilidade
da família e favorecer o seu progresso espiritual e material, que contribuirá para
uma melhor formação dos filhos".
Daí, a importância do papel dos leigos, aos
quais cabe a tarefa de "promover os valores humanos e cristãos, para iluminar a realidade
política, econômica e cultural do país, a fim de instaurar uma ordem social mais justa
e equânime, segundo a Doutrina Social da Igreja".
"Em coerência com as normas
éticas e morais _ recomendou o papa _ os leigos devem dar bom exemplo de honestidade
e transparência, na gestão das atividades públicas", diante da difusa chaga da corrupção,
que investiu também o poder político e econômico e os outros âmbitos sociais do país
caribenho.
Deve-se evitar, portanto, ter "duas vidas paralelas: de um lado,
a chamada vida espiritual, com seus valores e exigências; e, de outro, a chamada vida
secular, isto é, a vida da família, do trabalho, das relações sociais, do compromisso
político e da cultura".
Os leigos "devem esforçar-se para que a coerência entre
sua vida e sua fé seja um eloqüente testemunho da verdade da mensagem cristã". Além
disso, devem ter relevância especial nos meios de comunicação social, para evangelizar
a cultura que se difunde numa nação.
O Santo Padre fez uma última recomendação
aos bispos dominicanos, pedindo aos prelados caribenhos que assistam de perto seus
sacerdotes, em todas as suas necessidades pessoais e pastorais, e que cuidem das vocações
mediante uma formação integral, avaliando atentamente "a idoneidade humana e cristã
dos seminaristas". (RL)