2007-07-05 13:08:20

Evangelizar, com especial atenção à família, às vocações sacerdotais e aos leigos: orientações do Papa aos Bispos da República Dominicana


(5/7/2007) Prosseguir a acção evangelizadora, com “uma mensagem clara e precisa”, e com especial atenção à família, à formação das vocações sacerdotais e aos leigos, estas as orientações de Bento XVI aos Bispos da República Dominicana, na conclusão da visita “ad limina Apostolorum”.


O Papa congratulou-se pelo facto de ter podido verificar que a Igreja neste país das Antilhas “é uma comunidade viva, dinâmica, participativa e evangelizadora”, que, “interpelada pelo mandato de Jesus de anunciar o Evangelho a toda a criatura, se esforça por fazer chegar este anúncio a todos os homens”.
Para tal – observou Bento XVI - “a mensagem deve ser clara e precisa, a fim de que a palavra de vida proclamada se converta em adesão pessoal a Jesus, nosso Salvador”. “Urge recuperar e apresentar cada vez mais o verdadeiro rosto da fé cristã, que não é simplesmente um conjunto de proposições a acolher e ratificar com a mente, mas sim um conhecimento de Cristo vivido pessoalmente, uma memória viva dos seus mandamentos, uma verdade que se há-de fazer vida”.


Como objectivo primordial do seu ministério pastoral, o Papa convidou os Bispos da República Dominicana a fazerem com “que a verdade sobre Cristo e a verdade sobre o homem penetrem mais profundamente ainda nos diversos extractos da sociedade dominicana”. Não obstante alguns sintomas de secularização se façam também ali sentir, no fundo o povo da República Dominicana “tem uma alma profundamente cristã, como o provam as comunidades eclesiais vivas e activas, onde tantas pessoas, famílias e grupos se esforçam por viver e dar testemunho da fé”.


Passando depois em revista alguns sectores da acção da Igreja, Bento XVI referiu antes de mais a família, verdadeira “Igreja doméstica”, “objectivo primordial” da nova evangelização. A Igreja – recordou – “actua para que a família seja verdadeiramente o âmbito onde a pessoa nasce, cresce e se educa para a vida, e onde os pais, amando com ternura os filhos, os vão preparando para umas sãs relações inter-pessoais que encarnem os valores morais e humanos, no meio de uma sociedade tão marcada pelo hedonismo ou pela indiferença religiosa”. Em colaboração com as instâncias públicas, as Comunidades eclesiais cuidam de “salvaguardar a estabilidade da família, favorecendo o seu progresso espiritual e material”.


Outra prioridade dos bispos dominicanos – lembrou o Papa – há-de ser a promoção das vocações sacerdotais e religiosas. Além duma formação integral, exige-se um cuidadoso discernimento sobre a idoneidade humana e cristã dos candidatos. Para fomentar as vocações, é fundamental o testemunho dos padres e bispos, unidos por laços de verdadeira caridade: “Se os jovens vêem que os presbíteros vivem uma verdadeira espiritualidade de comunhão ao redor do seu Bispo, dando testemunho de união e caridade entre si, de generosidade evangélica e disponibilidade missionária, sentirão maior atracção pela vocação sacerdotal”.


Referindo o tema do III Plano de Pastoral da Igreja do país – “Discípulo do Senhor, acolhe o próximo e procura o que está longe”, o Papa sublinhou as implicações deste convite no que diz respeito ao acolhimento a dispensar aos imigrantes que chegam à República Dominicana, provenientes do vizinho Haiti. “De todo o coração vos convido a acompanhar com grande caridade - como estais já fazendo – os imigrantes haitianos que deixaram o seu país em busca de melhores condições de vida” – exortou Bento XVI, que referiu com apreço o facto dos contactos já empreendidos com “os irmãos bispos do Haiti, para aliviar a situação de pobreza, e mesmo de miséria, que ofende a dignidade das pessoas dessa Nação irmã”.


Finalmente, uma referência aos leigos, aos quais há que proporcionar uma adequada formação religiosa. “A eles corresponde promover os valores humanos e cristãos que iluminem a realidade política, económica e cultural do país, com o fim de instaurar uma ordem social mais justa e equitativa, segundo a Doutrina Social da Igreja. Por outro lado, em coerência com as normas morais, hão-de dar exemplo de honestidade e transparência na gestão das actividades públicas, perante a difusa e larvada praga da corrupção, que afecta por vezes áreas do poder político e económico, para além de outros âmbitos públicos e sociais”.
“Os leigos hão-de ser fermento no meio da sociedade, actuando na vida pública para iluminar com os valores do Evangelho os diversos âmbitos onde se forja a identidade de um povo” – concluiu o Papa.








All the contents on this site are copyrighted ©.