BOLÍVIA: IGREJA PEDE QUE CONSTITUINTE PRESERVE VALORES, LIBERDADE DE EDUCAÇÃO E MATRIMÔNIO
La Paz, 1º jul (RV) – A Igreja Católica na Bolívia pediu ontem, à Assembléia
Constituinte, que reconheça os valores religiosos do povo, seu direito de eleger a
educação que deseja para seus filhos e a liberdade de culto, e que defenda a instituição
matrimonial, entre outras coisas.
O Episcopado boliviano, reunidos em Santa
Cruz de La Sierra, sob a presidência do cardeal-arcebispo local, Júlio Terrazas Sandoval,
pleiteou dez pontos perante os membros da Constituinte, argumentando que "tais pontos
não defendem nenhum privilégio para a Igreja", mas são "valores básicos com os quais
a Igreja desempenha sua missão de promoção humana".
O secretário-geral da Conferência
Episcopal Colombiana, Dom Jesús Juárez Párraga, bispo de El Alto, e o arcebispo de
Cochabamba, Dom Tito Solari, explicaram, numa coletiva de imprensa, que entre as propostas
do Episcopado, está o reconhecimento do caráter religioso do país que, segundo as
estatísticas, é majoritariamente católico.
Os bispos bolivianos pleitearam
que o trabalho da Igreja seja destacado no preâmbulo da nova Magna Carta e que, em
sua parte dogmática, a Carta Constitucional estabeleça que o Estado reconheça a liberdade
de cultos.
Além disso, pedem que a Constituição reconheça a "legitimidade"
do ensino religioso como parte da educação integral das pessoas, e a liberdade dos
pais, de escolherem as escolas de seus filhos, entre as estatais, as particulares
e as que mantêm convênio com a Igreja.
Pedem ainda, que a Magna Carta, além
de reconhecer à Igreja, o caráter de "pessoa de direito público", para fins do Direito
Internacional, pelo fato de ser parte do Vaticano, defenda também o matrimônio, a
família, a maternidade e o direito à vida.
O Cardeal Terrazas Sandoval disse
que a Igreja reconhece ampla liberdade aos constituintes, na elaboração das leis,
mas pediu que não se esqueçam a "necessidade de unir fé e vida". Ele convocou, para
o dia 27 de julho, um "Dia de Oração" em todo o país, para que a Constituição possa
expressar a vontade de todos e beneficiar a todos e não apenas um setor da população.
(AF)