2007-07-01 18:54:42

A DURA CONDENAÇÃO DO PAPA PELO ASSASSINATO DE 11 DEPUTADOS NA COLÔMBIA, E SEU APELO PELO IMEDIATO FIM DE TODOS OS SEQÜESTROS


Cidade do Vaticano, 1º jul (RV) - Bento XVI condenou duramente, após a oração mariana do Angelus, deste domingo, na Praça São Pedro, a morte de 11 deputados estaduais colombianos, mantidos em cativeiro, por cinco anos, pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), definindo o fato como "bárbaro assassinato" e conceituando os seqüestros como "inadmissíveis formas de violência".

"Da Colômbia _ disse textualmente o papa _ nos chega a triste notícia do bárbaro assassinato de 11 deputados estaduais, do departamento do Vale do Cauca, que se encontravam, há mais de 5 anos, nas mãos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Enquanto elevo orações em sufrágio de suas almas, me uno à profunda dor dos familiares e da amada nação colombiana, uma vez mais enlutada pelo ódio fratricida. Renovo o meu caloroso apelo, a fim de que cessem, imediatamente, todos os seqüestros e para que sejam restituídos a seus entes queridos, todos aqueles que ainda são vítimas de tais inadmissíveis formas de violência!"

O pontífice já havia manifestado condolências, ontem, aos familiares dos 11 deputados colombianos, por meio de um telegrama assinado pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone.

Os 11 deputados, seqüestrados desde abril de 2002, morreram no dia 18 de junho, segundo as FARC, que atribuem a morte dos políticos ao fogo cruzado durante um ataque de um "grupo militar" contra o acampamento onde estavam os reféns.

O governo acusou a guerrilha de ter organizado o assassinato premeditado dos reféns, e garantiu que não há registro de confronto com os rebeldes na área onde, supostamente, estavam os seqüestrados.

Na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, o papa comentou a questão da "liberdade", a partir das leituras bíblicas da liturgia de hoje.

O evangelista Lucas narra que Jesus, ... "como estavam para se completar os dias em que seria arrebatado deste mundo, dirigiu-se resolutamente para Jerusalém". Na expressão "resolutamente" _ disse o Santo Padre _ podemos entrever a liberdade de Cristo. Ele sabe que, em Jerusalém, o espera a morte na cruz, mas em obediência à vontade do Pai, oferece a si mesmo, por amor.

E é nessa obediência ao Pai que Jesus realiza a própria liberdade, como escolha consciente, motivada pelo amor. Quem é mais livre do que Ele, que é Onipotente _ perguntou o papa. Ele porém _ acrescentou o pontífice _ não viveu a própria liberdade como arbítrio ou como domínio, mas sim como serviço.

Nesse sentido, o papa recordou que na vida do homem _ de todo homem _ a liberdade encontra o seu pleno sentido no amor. Quem, de fato, é mais livre? _ questionou. Quem se reserva todas as possibilidades, por medo de perdê-las, ou quem se dedica "resolutamente, a serviço dos irmãos e, depois, se vê pleno de vida, pelo amor que deu e recebeu?

Na esteira da proclamação, nos dias passados, do Ano Paulino, o Santo Padre recordou que, também Paulo, em sua Carta aos Gálatas, diz: "Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade, usando-a como pretexto para servirdes à carne. Ao contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade."

Viver segundo a carne _ disse o pontífice _ significa seguir a tendência egoísta da natureza humana. Viver segundo o espírito, ao contrário, significa deixar-se guiar, nas intenções e nas obras, pelo amor de Deus, que Cristo nos doou.

A liberdade cristã _ acrescentou Bento XVI _ é o oposto da arbitrariedade: é seguimento de Cristo no dom de si mesmo, até o sacrifício na cruz. Pode parecer um paradoxo _ refletiu o papa _ mas o ponto alto de sua liberdade, o Senhor o viveu na cruz, como ápice do amor.

Quando lhe gritavam _ enquanto ele estava pregado na cruz _ "Se és o Filho de Deus, desce da cruz!" _ ele demonstrou sua liberdade, permanecendo no patíbulo, para cumprir, até o fim, a vontade misericordiosa do Pai.

Esta liberdade tem sido compartilhada _ sublinhou o papa _ por tantas testemunhas da verdade: homens e mulheres que demonstraram permanecer livres, mesmo encerrados numa cela de prisão e sob a ameaça de tortura.

"A verdade os fará livres!" _ quem pertence à verdade _ concluiu Bento XVI _ jamais será escravo de qualquer poder, mas saberá, sempre e livremente, fazer-se servo de seus irmãos

Ao término da oração mariana do Angelus, o papa concedeu a todos a sua bênção apostólica, e desejou a todos _ neste 1º de julho _ boas férias! (AF)








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