Papa saúda Delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, e pede que se superem
preconceitos e incompreensões
(29/6/2007) Superar os preconceitos e as incompreensões para chegar á plena unidade
entre católicos e ortodoxos, de maneira a poder também aproximar-se da mesma mesa
eucarística. Este o desejo manifestado esta sexta feira por Bento XVI durante a audiência
á delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, presente em Roma para a festa
dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. O Papa quis recordar o caloroso acolhimento
que lhe foi reservado no fanar de Istambul o ano passado por ocasião da festa de Santo
André, e o inesquecível encontro com o Patriarca Ecuménico Bartolomeu I. O abraço
de paz trocado entre nós durante a Divina Liturgia – recordou – permanece um sigilo
e um empenho para a nossa vida de pastores na Igreja, pois estamos todos persuadidos
de que o amor recíproco é condição previa para chegar àquela unidade plena na fé e
na vida eclesial para a qual estamos encaminhados com confiança. Para isto tendem
na verdade as nossas iniciativas comuns - acrescentou - isto é a intensificar os
sentimentos e as relações de caridade entre as nossas Igrejas e entre os vários fiéis,
de maneira a superar aqueles preconceitos e aquelas incompreensões que derivam de
séculos de separação para enfrentar, na verdade mas com espírito fraterno, as dificuldades
que impedem ainda que nos aproximemos da mesma mesa eucarística . Segundo Bento
XVI a impossibilidade actual de poder concelebrar a única Eucaristia do Senhor é
um sinal que ainda não há comunhão plena; é uma situação que queremos com decisão
e lealdade, procurar superar. É com prazer que verificamos que o diálogo teológico
retomou o seu caminho com vigor e espírito renovado. Bento XVI sublinhou a importância
da reunião no próximo Outono da Comissão Mista Internacional em Ravena, para continuar
o estudo sobre uma questão central e determinante como é aquela das consequências
eclesiologicas e canónicas da estrutura sacramental da Igreja, em particular da colegialidade
e da autoridade na Igreja. Contudo a procura da unidade plena não pode limitar-se
ás relações fraternas entre os Pastores e ao trabalho embora de grande empenho da
Comissão Mista para o diálogo teológico é necessário também o envolvimento, sob formas
diferentes, do inteiro corpo das nossas Igrejas. O Papa citou a actividade das faculdades
teológicas e dos Institutos de pesquisa e ensino, os contactos pessoas e culturais
entre os jovens estudantes, a formação catequética das novas gerações, sem contudo
esquecer os problemas e os obstáculos que ainda impedem a plena comunhão entre nós. Bento
XVI recordou também a sua iniciativa do Ano Paulino, ano jubilar para o bimilenário
do nascimento de São Paulo. Também esta, estou certo – concluiu – constituirá uma
ocasião quanto mais oportuna para promover momentos de oração, encontros de estudo
e gestos de fraternidade entre católicos e ortodoxos.