2007-06-26 18:24:50

BENTO XVI VISITA A BIBLIOTECA E O ARQUIVO SECRETO DO VATICANO: CASAS DE CIÊNCIA E DE CULTURA


Cidade do Vaticano, 25 jun (RV) - Bento XVI visitou, esta manhã, a Biblioteca Apostólica e o Arquivo Secreto do Vaticano, instituições que há séculos conservam centenas de milhares de importantíssimos documentos de caráter histórico e eclesial. Durante a visita, o papa anunciou também, a nomeação dos novos responsáveis pela Biblioteca Apostólica e pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso.

A Biblioteca Apostólica: uma "casa de ciência", de cultura, de humanidade". O Arquivo Secreto: um "tesouro" para "pesquisas eruditas" sobre a história antiga e contemporânea, aberto aos estudiosos, mas "distante" de polêmicas estéreis desencadeadas por leituras parciais da história. Com essas palavras, Bento XVI definiu e reconheceu o trabalho e, mais ainda, "o singular serviço" que as duas instituições prestam, há séculos, à Igreja e ao papa.

Um acervo infinito de livros, documentos e obras que fizeram a história da Igreja e da humanidade, como, por exemplo, o precioso "Código Vaticano", manuscrito feito 1.700 anos atrás, que contém o texto integral em grego, da Bíblia, ou o inestimável "papiro Bodmer", doado recentemente à Biblioteca, no qual, 1.800 anos atrás, foram transcritos, no Egito, os mais antigos textos do Evangelho de Lucas e de João, cujo paradeiro é, até hoje, desconhecido.

E ainda, as atas originais do processo a Galileu Galilei, um código autógrafo de Santo Tomás de Aquino ou as cartas originais de Martinho Lutero. Um itinerário do pensamento e do espírito que conta, ao todo, um milhão e 600 mil volumes impressos, 8.300 incunábulos (livros impressos nos primórdios do uso da imprensa) e 75 mil manuscritos: esse é o acerco existes na Biblioteca Apostólica e do Arquivo Secreto Vaticano, ambientes que serão fechados para obras de restauração, a partir de 14 de julho próximo. A duração das obras é prevista para três anos.

"A tarefa de vocês, caros amigos que diariamente trabalham aqui _ disse o Santo Padre em sua saudação aos funcionários _ é de custodiar a síntese entre cultura e fé, que transpira dos preciosos documentos e dos tesouros que conservam, dos muros que circundam vocês, dos Museus que estão próximos de vocês e da esplêndida Basílica que se vê luminosa destas janelas."

Recordando a decisão de Leão XIII que, em 1881, abriu o Arquivo Secreto Vaticano à consulta dos historiadores, e sua própria decisão, um ano atrás, de permitir o acesso ao material relativo ao pontificado de Pio XI, Bento XVI argumentou...

"Pesquisas, estudos e publicações podem, por vezes, fazer nascer _ junto a um interesse essencialmente histórico _ também algumas polêmicas. A esse respeito não posso deixar de louvar a atitude de serviço desinteressado e equânime que o Arquivo Secreto Vaticano prestou, mantendo-se distante de estéreis e comumente frágeis visões históricas de parte, oferecendo aos pesquisadores, sem preclusões ou preconceitos, o material em seu poder, organizado com seriedade e competência."

O papa revelou que ele mesmo teve o desejo de ser designado para trabalhar naquelas instituições: "Confesso que, ao completar 70 anos de idade, desejei muito que o amado João Paulo II me concedesse poder dedicar-me ao estudo e à pesquisa de interessantes documentos e obras, aqui conservadas com cuidado, verdadeiras obras-primas que nos ajudam a fazer uma retrospectiva da história da humanidade e do Cristianismo. Em seus desígnios providenciais, o Senhor estabeleceu outros programas para a minha pessoa e eis que hoje estou aqui com vocês, não como apaixonado estudioso de textos antigos, mas como Pastor chamado a encorajar todos os fiéis a cooperarem para a salvação do mundo, realizando cada um a vontade de Deus lá onde Ele nos coloca para trabalhar."

O Santo Padre concluiu sua visita, anunciando as anunciadas nomeações: a partir de 1º de setembro próximo, o atual Arquivista e Bibliotecário de Santa Romana Igreja, Cardeal Jean-Louis Tauran, será o presidente do Pontifício Conselho para ao Diálogo Inter-religioso que volta a ser autônomo, depois de ter sido anexado, em março do ano passado, ao Pontifício Conselho para a Cultura. Por sua vez, o cargo de Arquivista e Bibliotecário de Santa Romana Igreja será ocupado pelo atual Prefeito da Biblioteca Apostólica, Mons. Raffaele Farina, elevado à dignidade de Arcebispo. E o vice-prefeito da Biblioteca Ambrosiana, Mons. Cesare Pasini, será o novo prefeito da Biblioteca Apostólica Vaticana. (RL)







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