CHINA INFLEXÍVEL EM SUAS CONDIÇÕES PARA SE APROXIMAR DO VATICANO
Pequim, 21 jun (RV) - O governo da China comunista reiterou suas condições
para o restabelecimento de relações diplomáticas com o Vaticano, segundo declarações
de um novo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
O porta-voz,
Qin Gang, afirmou que "espera, sinceramente, numa melhora das relações entre Pequim
e o Vaticano".
Em uma clara mensagem ao Vaticano, que se prepara para divulgar
a carta de Bento XVI aos 12 milhões de católicos chineses _ a maioria dos quais vive
na clandestinidade _ Qin Gang assinalou que "a China espera que o Vaticano possa ver
com benevolência, o fato de os chineses desfrutarem de liberdade religiosa e que leve
em consideração os progressos feitos pelos católicos na China".
As declarações
são uma "advertência" _ por nada velada _ para que o documento pontifício não faça
menção às perseguições, prisões e até mesmo mortes de membros do clero católico "clandestino",
ou seja, aqueles que não se afiliaram à Associação Católica Patriótica, controlada
pelo PC chinês.
O porta-voz reiterou, além disso, as duas condições propostas
por Pequim, para o restabelecimento dos laços diplomáticos, inexistentes desde 1951:
"O Vaticano deve romper relações diplomáticas com Taiwan _ que a China considera apenas
como uma província rebelde _ e não deve interferir nos assuntos internos da China
em nome da religião, vale dizer, não pode arrogar para si o direito de nomear os bispos".
(JD)