2007-06-21 13:11:17

Superar antagonismos e colaborar como irmãos em Cristo: o Papa ao Patriarca da Igreja Assíria do Oriente.


(21/6/2007) “Trabalhar pela unidade cristã é um dever que brota da nossa fidelidade a Cristo, o Pastor da Igreja, que deu a sua vida para congregar na unidade os filhos de Deus dispersos”: sublinhou Bento XVI, recebendo, no Vaticano, o Catholicos Mar Dinkha IV, Patriarca da Igreja Assíria do Oriente, vindo a Roma em visita à sede de Pedro, a treze anos de idêntica anterior visita realizada em Novembro de 1994. Nessa altura, o Patriarca assinou, juntamente com João Paulo II, uma Declaração relativamente à fé cristológica comum, e decidiram estabelecer uma Comissão conjunta para o Diálogo Teológico entre as duas Igrejas, que levou entretanto a cabo um importante estudo sobre a vida sacramental nas respectivas tradições
O Papa congratulou-se com os resultados deste diálogo, que promete ulteriores progressos noutras questões (ainda) disputadas. Este trabalho conjunto – observou – contribui para um melhor conhecimento e apreço recíproco, abrindo caminho a diversas formas de cooperação pastoral entre as duas comunidades.
Bento XVI observou que “a Igreja Assíria do Oriente se encontra enraizada em antigas terras cujos nomes estão associados à história do projecto salvador de Deus a favor da humanidade. Na época das Igreja primitivas, os cristãos destas terras deram um notável contributo à difusão do Evangelho, especialmente através da actividade missionária em remotas zonas do Oriente.
Tragicamente, hoje em dia, os cristãos nesta região estão sofrendo, tanto material como espiritualmente. De modo especial no Iraque, pátria de tantos fiéis assírios, as famílias e comunidades cristãs vêm sentindo de modo crescente insegurança, agressão e impressão de abandono. Muitos deles não vêem outra possibilidade senão abandonar a pátria para procurar um novo futuro noutras partes. Estas dificuldades são para mim causa de grande preocupação.
Desejo exprimir a minha solidariedade aos pastores e fiéis das comunidades cristãs que ali permanecem, muitas vezes à custa de heróicos sacrifícios.
“Nestas convulsas zonas - observou ainda o Papa – católicos e assírios estão chamados a colaborar. Espero e peço que possam encontrar modos ainda mais concretos de colaboração para se apoiarem e assistirem mutuamente, a bem de todos”.
Referindo as vagas de emigração de muitos cristãos das Igrejas Orientais que vivem agora no Ocidente, Bento XVI observou que, “quando cristãos do Oriente e do Ocidente vivem lado a lado, têm uma preciosa oportunidade de se enriquecerem mutuamente e de compreenderem mais profundamente a catolicidade da Igreja, que, como peregrinos neste mundo, vive, reza e dá testemunho de Cristo na variedade de contextos humanos, sociais e culturais”.
Num completo respeito pelas tradições doutrinais e disciplinares do outro, os cristãos católicos e assírios são chamados a pôr de lado atitudes antagónicas e posições polémicas para crescerem na compreensão da fé cristã que partilham e para testemunharem como irmãos e irmãs em Jesus Cristo, a potência e a sapiência de Deus.
 







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