2007-06-16 14:36:22

Paz e colaboração entre católicos e ortodoxos, mas também respeito da liberdade de religião e promoção da paz entre todos os povos e nações: na Declaração conjunta de Bento XVI e sua Beatitude Crisóstomo II


(16/6/2007) Na declaração comum assinada conjuntamente, o Papa Bento XVI e o arcebispo de Nova Justiniana e de toda Chipre, Crisóstomo II, afirmam com solenidade “a sincera e firme disposição de, em obediência à vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo, intensificar a busca da plena unidade entre todos os cristãos, activando todos os esforços possíveis, úteis à vida das comunidades. “Desejamos (declaram) que os fiéis católicos e ortodoxos de Chipre vivam fraternamente e na plena solidariedade fundada na fé comum em Cristo ressuscitado”. Declarando apoio à promoção do diálogo teológico, afirma-se a necessidade de “alcançar um substancial acordo para a plena comunhão na fé, na vida sacramental e no exercício do ministério pastoral”.


Em relação à situação concreta que se vive, desde há mais de trinta anos, na Ilha de Chipre, com os trágicos problemas quotidianos que afectam as comunidades e as famílias, e ainda “mais amplamente, a situação do Médio Oriente, onde a guerra e os contrastes entre os povos correm o risco de se estenderem, com desastrosas consequências”, o Papa e o arcebispo de Chipre, que invocaram “do Alto” a paz, declaram conjuntamente:


As nossas Igrejas entendem desenvolver um papel de pacificação na justiça e na solidariedade e, para que tal se realize, é nosso desejo promover relações fraternas entre todos os cristãos e um diálogo leal entre as diversas religiões presentes e activas na Região. Que a fé no único Deus ajude os homens destas antigas e ilustres terras a reencontrarem uma convivência amigável, no respeito recíproco e em colaboração construtiva.
Dirigimos portanto um apelo a todos os que, por toda a parte, no mundo, levantam as mãos contra os seus próprios irmãos, exortando-os com firmeza a deporem as armas e a agirem para que se defendam sempre, em todas as nações, os direitos humanos: o respeito do homem, imagem de Deus, é de facto para todos um dever fundamental.
Entre os direitos humanos a tutelar, há que mencionar como primário o da liberdade de religião. Não o respeitar constitui uma gravíssima ofensa à dignidade do homem, que é atingido no íntimo do coração onde habita Deus. Assim como profanar, destruir e saquear os lugares de culto de toda e qualquer religião, representa um acto contra a humanidade e contra a civilização dos povos.


Não faltou, na Declaração Comum, uma referência à construção da União Europeia, de que a República de Chipre faz parte:


Cristãos e ortodoxos são chamados a contribuir para criar um clima de amizade e cooperação. Num tempo de crescente secularização e relativismo, católicos e ortodoxos na Europa são chamados a oferecerem um renovado testemunho comum dos valores éticos, sempre prontos a dar razão da sua fé em Jesus Cristo, Senhor e Salvador. A União Europeia, que não poderá limitar-se a uma cooperação meramente económica, necessita de sólidas bases culturais, de referências éticas partilhadas e de abertura à dimensão religiosa. Há que vivificar as raízes cristãs da Europa, que tornaram grande através dos séculos a sua civilização, e reconhecer que a tradição cristã ocidental e a oriental têm, neste sentido, uma importante tarefa comum a desempenhar.










All the contents on this site are copyrighted ©.