E-MAIL DO SACERDOTE ASSASSINADO NO IRAQUE DENUNCIAVA CRISE LOCAL

Bagdá, 15 jun (RV) - Um e-mail enviado pelo sacerdote assassinado no Iraque, Pe. Ragheed Ganni, um dia antes de sua morte, comoveu os professores e estudantes da Universidade onde estudara, em Roma.

Pe. Robert Christian, professor de Teologia na Universidade Santo Tomás de Aquino, de Roma, iniciou sua homilia na santa missa celebrada no último dia 12, em sufrágio da alma de Pe. Ganni e dos três subdiáconos assassinados com ele, no dia 3 de junho, no Iraque, lendo trechos do e-mail: "A situação aqui é pior que o inferno, e minha igreja foi atacada várias vezes, desde a última vez que nos vimos. Na semana passada, dois guardas foram feridos, após um ataque. Nós nos encontraremos logo, e falaremos de todos esses fatos. Que Deus o abençoe, Ragheed."

Falando metaforicamente do inferno, Pe. Christian disse que "é o que estão experimentando os que permanecem: a família e os amigos de Ragheed; o rebanho do qual ele cuidava; sua Igreja caldéia; outros cristãos e também muçulmanos, envolvidos no turbilhão sem sentido do ódio cego e da violência, que constitui o cotidiano no Iraque".

Pe. Christian leu outra mensagem de Pe. Ragheed Ganni, enviada em outubro passado, na qual o sacerdote iraquiano escrevia: "A situação, como noticiada pelos jornais, é terrível. Os cristãos sofrem duas vezes: primeiro pela situação e depois por causa de sua religião."

Após ter lido as palavras de Pe. Ganni, Pe. Christian disse que o sacerdote iraquiano sabia que era um alvo. "Sabia que estava enfrentando o risco da morte, por causa de sua fé, mas sabia também que era seu dever permanecer, dando valente testemunho de nossa fé no Senhor ressuscitado." (JD)