2007-06-14 17:51:14

PAPA A MEMBROS DA FUNDAÇÃO "POPULORUM PROGRESSIO": "A VERDADEIRA POBREZA É A FALTA DE ESPERANÇA!"


Cidade do Vaticano, 14 jun (RV) - Bento XVI denunciou as diferenças sociais e econômicas existentes na América Latina e afirmou que frente à secularização, à proliferação das seitas e à indigência de tantos irmãos, é mais do que nunca indispensável, formar comunidades unidas na fé e dar espaço ao "espírito de compartilha dos bens". E o fez ao receber em audiência, esta manhã, os membros do Conselho de Administração da Fundação "Populorum Progressio", para a América Latina e o Caribe, por ocasião de sua reunião anual.

Em seu discurso, o papa afirmou que, quando João Paulo II instituiu a fundação, em 1992, confiando-a aos cuidados do Pontifício Conselho "Cor Unum", ele pensava "nos povos que vêem seus costumes ancestrais ameaçados pela cultura pós-moderna, com o risco de perder as próprias tradições, tão dispostas a acolher a verdade do Evangelho".

Nesse contexto _ sublinhou Bento XVI _ o trabalho desempenhado nesses 15 anos, pela fundação, "deve continuar seguindo os princípios que sempre distinguiram seu compromisso em favor da dignidade de todo ser humano e da luta contra a pobreza".

O Santo Padre sublinhou as características que marcam a fundação: "Em primeiro lugar _ destacou _ o progresso dos povos deve ter como princípio pastoral, uma visão antropológica global da pessoa humana, aspecto que o artigo 2º dos estatutos da fundação define como "promoção integral", que deve "levar em conta o aspecto social e material da vida, assim como o anúncio da fé, que dá ao homem o pleno sentido de sua existência". Freqüentemente, "a verdadeira pobreza do homem é a falta de esperança _ disse o papa _ a ausência de um Pai que dê sentido à própria existência".

"A segunda característica _ continuou o pontífice _ é o exemplar método de trabalho da fundação, que é um modelo para toda e qualquer estrutura de ajuda. Os projetos são estudados por um Conselho de Administração composto por bispos de diversas áreas da América Latina, os quais fazem uma avaliação dos mesmos. Desse modo, a decisão está em mãos de pessoas que conhecem bem os problemas daquelas populações e suas necessidades concretas."

O papa destacou que, "assim, se evita, por um lado, um paternalismo _ sempre humilhante para os pobres e que freia a iniciativa destes _ e, por outro lado, se permite que os fundos cheguem _ em sua totalidade _ aos mais necessitados, sem se perderem em longos processos burocráticos".

"A América Latina _ prosseguiu Bento XVI _ é uma região do mundo rica por seus recursos naturais, mas onde as diferenças de nível de vida devem ceder lugar a esse espírito de compartilha dos bens."

O Santo Padre concluiu, reiterando que "diante da secularização, da proliferação das seitas e da indigência de tantos irmãos, é indispensável formar comunidades unidas na fé, como a Sagrada Família de Nazaré, nas quais o alegre testemunho daqueles que encontraram o Senhor, seja a luz que ilumina aqueles que estão em busca de uma vida mais digna".

Antes de se despedir de seus hóspedes, confiou os trabalhos da Fundação "Populorum Progressio" à materna proteção da Virgem de Guadalupe, padroeira da América. (AF)







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