POLÍTICA PROVOCA TENSÃO ENTRE IGREJA CATÓLICA E GOVERNO ARGENTINO
Buenos Aires, 11 jun (RV) - A tensão entre a Igreja Católica e o governo na
Argentina aumentou ainda mais, no último fim de semana, em razão de algumas declarações
feitas pelo cardeal-arcebispo da capital, Jorge Mario Bergoglio, em relação à vida
política local.
Na homilia da santa missa celebrada diante da sede do governo,
o purpurado criticou aqueles que vivem "reclamando do passado e incitando as diferenças",
certamente para obter vantagens, no presente e no futuro. Ele sublinhou ainda, que
o diálogo institucional deve ser fortalecido.
Em resposta ao cardeal, o ministro
do Interior, Aníbal Fernández, afirmou "que se a religião é utilizada como bandeira
política, não é a Igreja de Jesus Cristo, já que esta é a casa dos cristãos".
As
palavras do Cardeal Bergoglio foram proferidas no contexto de um clima de tensão já
existente, com a campanha eleitoral em pleno desenvolvimento. No próximo dia 24, realiza-se
o segundo turno das eleições para a Prefeitura de Buenos Aires. Os comentários das
autoridades eclesiásticas são interpretados pelo governo de Néstor Kirchner, como
sinais de oposição, segundo fontes oficiais.
Sem aludir diretamente ao governo,
o purpurado falou, recentemente, sobre métodos de perseguição contra a Igreja como,
por exemplo, a desinformação, a difamação e a calúnia. (MJ)