2007-06-12 18:47:33

JAPÃO: MESMO AS TORTURAS MAIS CRUÉIS NÃO CONSEGUIRAM DOBRAR CRISTÃOS E RELIGIOSOS DURANTE PERSEGUIÇÕES DO SÉCULO XVII


Cidade do Vaticano, 11 jun (RV) - Com os decretos promulgados no dia 1º do corrente, Bento XVI aprovou a canonização e a beatificação de 320 novos servos e servas de Deus, cujo martírio foi reconhecido.

É o caso do sacerdote jesuíta, Pe. Peter Kibe Kasui, sacerdote professo da Companhia de Jesus, e 187 seus companheiros _ sacerdotes, religiosos e leigos _ assassinados no Japão, nas primeiras décadas de 1600.

"Este criminoso arrecadou esmolas para ajudar as viúvas e as crianças órfãs dos mártires, e também os missionários": dizia a escrita de um cartaz carregado pelo carcereiro que estava escoltando o prisioneiro ao local da execução, no topo da colina de Nishizaka.

O "criminoso" _ como foi chamado _ era Michael Kusurya, conhecido como o "Bom samaritano de Nagasaki", por sua incansável ação de solidariedade para com os cristãos japoneses e os missionários jesuítas, todos eles vítimas de expulsões, torturas ferozes e assassinatos.

Era o dia 28 de julho de 1633 _ o clímax de um período dramático para a Igreja no Japão, fundada cerca de 90 anos antes, por São Francisco Xavier. Desde 1587, os shoguns, isto é, "os marechais da coroa", começaram a perseguir os batizados no país do Sol Levante, que em poucos anos se tornaram 300 mil.

Por trás da campanha anticristã, se encontrava o ciúme dos budistas, mas também o ódio para com a crescente influência da Espanha e Portugal, pátria de muitos dos missionários.

A onda de violência chegou a esfacelar _ quase na sua totalidade _ a comunidade católica: sacerdotes, anciãos, pais e mães de família, e crianças. Muitos foram mutilados e decapitados, outros condenados à fogueira. Foi este último, o destino de Michael Kusurya, que subiu a colina cantando os salmos e morreu amarrado a um tronco, queimado vivo. (RL)







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