Bagdá, 09 jun (RV) - A Igreja Católica no Iraque rejeita o projeto político
em discussão nestes dias, no país, segundo o qual, os cristãos devem ser confinados
em uma única área, na planície de Nínive.
Há dias, corre esse boato no país.
Ontem, o coordenador da Pax Christi Itália, Pe. Fabio Corazzina, confirmou à Rádio
Vaticano, o êxodo dos cristãos do país, aterrorizados com as violências religiosas
iniciadas com a invasão anglo-americana, em 2002. "A violência cotidiana, o risco
de seqüestros, as ameaças e imposições fundamentalistas tornaram a vida dos cristãos
absolutamente impossível" _ disse o sacerdote.
"Na esplanada de Nínive _ explicou
Pe. Fabio Corazzina _ há uma série de aldeias cristãs, a maioria das comunidades do
país: cerca de 20. É um centro cultural, comercial e eclesiástico, circundado por
vilarejos árabes. Ali, moram cerca de 120 mil cristãos. A idéia seria concentrar nessa
área, os cristãos do Iraque, criando uma espécie de "gueto", no qual, provavelmente,
os próprios cristãos se sentiriam mais seguros."
Mas o projeto não tem o consenso
de toda a Igreja, por diversas razões. "'Evidentemente _ revelou o sacerdote, em entrevista
à nossa emissora _ isso seria uma grande tragédia, que já vivemos não apenas nos Balcãs,
mas também no Oriente Médio, na Palestina e Israel."
"Nossa Igreja, no Iraque,
nunca foi nacionalista e fechada, no plano étnico. Por isso, não podemos nos fechar
num "gueto". O que significa que temos que trabalhar arduamente, pela reconciliação
do povo iraquiano, colaborando com as autoridades religiosas e com os partidos."
"Diálogo,
reconciliação e engajamento com a cultura da paz: essa é a missão dos cristãos. E
não fecharmo-nos em busca de segurança" _ concluiu Pe. Corazzina. (CM)