Igreja pede ao governo venezuelano respeito pela diversidade de opiniões
(8/6/2007) A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) pediu ao governo de Hugo Chávez
que não "demonize" as manifestações maciças de estudantes, principais protagonistas
dos protestos de ruas no país depois do encerramento da emissora independente Radio
Caracas Televisión (RCTV). Numa declaração intitulada "Trabalhar pela paz" dirigida
a todo o país, a Presidência da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) exorta as
autoridades do país, os dirigentes sociais, políticos e estudantis a colocarem "todo
o seu empenho na manutenção da paz e para evitar qualquer acto de violência". O
documento, assinado por D. Ubaldo Santana, presidente da CEV, recorda que as manifestações
pacíficas na Venezuela estão contempladas na Constituição da República "como um dos
valores superiores do Estado", por isso pedem que não lhes sejam dadas "uma conotação
de conspiração". Os bispos pedem que sejam respeitadas as declarações por parte
de instituições e pessoas que criticaram a decisão do governo de fechar o sinal da
RCTV, incluindo as que vieram da Igreja Católica. "A presidência da CEV recusa
qualquer acusação de”'conspiração” efectuada contra qualquer dos bispos e organismos
da Igreja, em especial contra a Nunciatura Apostólica, embaixada do Papa na Venezuela",
pode ler-se. No comunicado, os Bispos deploram a decisão de encerrar a RCTV, "apesar
dos nossos respeitosos pedidos feitos ao Governo em várias oportunidades", e pedem
que os conflitos se resolvam "com sensatez, ponderação e dentro do quadro constitucional".
Hugo Chávez chamou "peões do imperialismo" aos que vêm protestando contra a decisão
de não renovar a concessão da RCTV, uma das emissoras mais antigas da América Latina,
depois de 53 anos no ar.