BENTO XVI AO G-8: LUTA CONTRA A POBREZA DEVE SER PONTO CENTRAL DA AGENDA DE TRABALHOS
Cidade do Vaticano, 05 jun (RV) - Bento XVI pede que o ponto central do encontro
do G-8 (os sete países mais industrializados do mundo e mais a Rússia) seja a luta
contra a pobreza no mundo. O encontro se inicia nesta quarta-feira, em Heiligendamm,
na Alemanha.
O apelo do Papa está contido numa carta enviada, em dezembro passado,
à chanceler alemã, Angela Merkel, quando ela iniciava a presidência alemã de turno,
da União Européia, e em vista deste próximo encontro.
Para o Santo Padre, o
objetivo de eliminar a pobreza extrema até 2015 é um dos mais importantes desafios
do nosso tempo. E nisso _ afirma _ o G-8 deve desempenhar um papel-guia. Mas a Santa
Sé está preocupada "com a incapacidade dos países ricos, de oferecer aos países pobres,
em particular os da África, adequadas condições financeiras e comerciais, capazes
de tornar possível a promoção de um seu desenvolvimento duradouro".
É preciso
garantir aos países pobres _ continua o Papa _ "condições comerciais favoráveis" e
"um acesso amplo e sem reservas aos mercados". Para Bento XVI é necessário tomar "providências
em favor de um rápido perdão, completo e incondicionado, da dívida externa" desses
países, tomando, ao mesmo tempo, medidas a fim de que "não acabem novamente numa situação
de dívida insustentável".
Bento XVI exorta os países industrializados a respeitarem
os compromissos assumidos, para erradicar a pobreza e as pandemias, em particular
a AIDS, a tuberculose, a malária e as outras doenças tropicais, "sem, por isso, fazer
exigências jurídicas ou econômicas".
A seguir, o Santo Padre afirma com veemência
que "a comunidade internacional deve continuar atuando em prol de uma redução significativa
do comércio de armas... do tráfico ilegal de matérias-primas preciosas e da fuga de
capital dos países pobres, e deve comprometer-se em favor da eliminação das práticas
de lavagem de dinheiro, assim como da corrupção de funcionários públicos, nos países
pobres".
Trata-se de metas ligadas "indissoluvelmente, à paz e à segurança
no mundo" _ ressalta o pontífice em sua mensagem a Angela Merkel. (RL)