DIRETORIA DA RÁDIO VATICANO ABSOLVIDA EM SEGUNDO GRAU, DA ACUSAÇÃO DE POLUIÇÃO ELETROMAGNÉTICA
Cidade do Vaticano, 05 jun (RV) - Dois dos mais altos dirigentes da Rádio Vaticano,
condenados em 2005, por poluição eletromagnética, foram absolvidos ontem, em sentença
de segundo grau, pelo Tribunal de Recursos, de Roma.
A Justiça italiana recebeu,
em 2001, uma queixa dos habitantes de Cesano, ao norte da capital italiana, acusando
as emissões radiofônicas da Rádio Vaticano de serem a causa de casos de leucemia e
de perturbações graves para a saúde.
Em 2001, investigações do Ministério do
Meio Ambiente italiano revelaram a existência de campos magnéticos fora da norma e
amplamente superiores aos 6 volts por metro _ quantidade máxima autorizada _ em 11
dos 14 locais sujeitos à inspeção.
Um relatório da Agência da Saúde Pública
da região do Lácio, região que engloba o município de Roma, revelou também, ter constatado,
na área de Cesano, uma taxa de mortalidade infantil, em virtude de leucemia, três
vezes superior à de outras áreas em torno da capital.
Em maio de 2005, o presidente
da Comissão de Gestão da Rádio Vaticano, Cardeal Roberto Tucci, e o então diretor-geral
da emissora, o jesuíta Pe. Pasquale Borgomeo, foram condenados a dez dias de prisão,
com pena suspensa, por poluição eletromagnética.
A sentença foi impugnada pela
Rádio Vaticano, que recorreu da mesma, perante a Corte de Apelação, de Roma. A primeira
audiência de segundo grau realizou-se no dia 12 de dezembro de 2006. O procedimento
concluiu-se com a sentença de ontem, que absolveu os acusados, dando por aceito o
recurso impetrado pela Rádio Vaticano.
Satisfeita com o êxito desta segunda
sentença, a diretoria da Rádio, através de seu atual diretor-geral, Pe. Federico Lombardi,
emitiu, ontem, o seguinte comunicado: "Como explicamos numerosas vezes, nestes
anos e como foi reiterado pela defesa, no curso do processo, a Rádio Vaticano sempre
desempenhou suas atividades no âmbito dos acordos internacionais existentes com a
Itália, relativos a Centro transmissor de Santa Maria di Galleria e, no que diz respeito
à proteção da população, sempre se ateve às recomendações internacionais em matéria
de emissões eletromagnéticas, mesmo antes da existência de legislação italiana nesse
sentido e, a partir de 2001, após o acordo com o governo italiano, respeita atentamente,
os limites previstos pela nova normativa italiana, atualmente em vigor, como o demonstram
as medições efetuadas por ordem da Comissão bilateral das instituições públicas italianas
mais competentes e aparelhadas em matéria. Não existe, portanto, nenhum motivo fundado,
para se pensar que a atividade da Rádio Vaticano tenha sido, de fato, nociva, no passado,
e possa ser, hoje, motivo de preocupação para a população circunstante" ao Centro
de Santa Maria di Galleria. (CM)