IGREJA TEM QUATRO NOVOS SANTOS: CERIMÔNIA DE CANONIZAÇÃO PRESIDIDA PELO PAPA NA PRAÇA
SÃO PEDRO
Cidade do Vaticano, 03 jun (RV) - A Igreja Católica ganhou hoje, quatro novos
santos. Em cerimônia realizada na Praça São Pedro, Bento XVI elevou à glória dos altares,
o franciscano polonês Szymon z Lipnicy (1435-1482), a religiosa francesa, Ir. Marie
Eugénie de Jésus Milleret (1817-1898), o religioso passionista holandês Karel van
Sint Andries Houben (1821-1893) e o sacerdote maltês, Giorgio Preca (1880-1962).
Apesar
da chuva persistente que se abateu sobre a capital romana durante quase todo o dia,
mais de 30 mil fiéis, provenientes principalmente dos países de origem e de atuação
dos quatro novos santos, lotaram a Praça São Pedro.
Em sua homilia, Bento
XVI recordou o valor e as virtudes dos novos protetores da humanidade, e ressaltou:
"A sabedoria de Deus se manifesta no cosmo, na variedade e na beleza de seus elementos,
mas suas "obras de arte", nas quais se vêem ainda mais sua beleza e sua grandeza,
são os santos."
O pontífice fez uma homenagem à teologia de João Paulo II,
ao contextualizar a celebração da festa da Santíssima Trindade, que se celebra hoje.
"É através de Cristo _ disse o papa _ que passa o dom do Espírito, Pessoa-amor, Pessoa-dom,
assim como o definiu o Servo de Deus João Paulo II, em sua encíclica Dominum et
vivificantem. Por meio de Cristo, o espírito de Deus vem a nós, como princípio
de uma vida nova e santa. O Espírito _ continuou o papa _ coloca o amor de Deus no
coração dos fiéis sob a forma concreta do homem Jesus de Nazaré."
Referindo-se
ao franciscano, Szymon z Lipnicy, o Santo Padre disse: "Grande filho da terra polonesa,
testemunha de Cristo, que viveu em tempos remotos, Fr. Szymon é o modelo atual de
um cristão que, animado pelo espírito do Evangelho, dedicou sua vida aos irmãos. Desafiando
a epidemia da peste que dizimou a cidade de Cracóvia no século XV, Fr. Szymon não
hesitou em levar sua ajuda aos doentes atingidos pela peste, contraindo o mal, que
o levou à morte. Hoje, confiamos à sua proteção, todos aqueles que sofrem por causa
da pobreza, da doença, da solidão e da injustiça social."
Mais próximo de nossos
dias, Pe. Giorgio Preca faleceu em La Valletta, capital de Malta, em 1962. Era definido
"amigo de Jesus e testemunha da santidade". Um sacerdote que se dedicou totalmente
à evangelização, com escritos, com sua guia espiritual e a administração dos sacramentos
e, acima de tudo, com o exemplo de sua vida.
"O Senhor se serviu dele _ disse
Bento XVI _ para criar uma obra benemérita, a Sociedade da Doutrina Cristã, que assegura
às paróquias, o serviço qualificado de catequistas bem preparados e generosos. Que
São Giorgio Preca ajude a Igreja a ser sempre, em Malta e no mundo, eco fiel da voz
de Cristo, Verbo Encarnado."
A seguir, Bento XVI recordou a determinação da
religiosa francesa, Ir. Marie Eugénie de Jésus Milleret, nascida em 1817, filha das
idéias liberais de Voltaire e da Revolução Francesa, que se converteu ao Catolicismo
aos 20 anos de idade, após a morte de sua mãe. Fundou o Instituto das Irmãs da Assunção,
congregação hoje espalhada por todo o mundo.
"Que o exemplo de Santa Marie
Eugénie convide os homens e mulheres de hoje, a transmitir aos jovens valores que
os ajudem a ser adultos fortes e testemunhas alegres do Ressuscitado. Que os jovens
não tenham medo de acolher esses valores morais e espirituais, de vivê-los com paciência
e fidelidade, para construir sua personalidade e preparar seu futuro."
Enfim,
o papa recordou a dedicação ao ministério sacerdotal e confessional, do religioso
passionista Karel van Sint Andries Houben, conhecido como Carlos de Santo André, que
nasceu na Holanda, mas viveu na Inglaterra e na Irlanda, onde é muito venerado, e
morreu em 1893.
"Deixemo-nos guiar por seus ensinamentos, para que toda a nossa
existência se torne, assim como a sua, um cântico de louvor à glória da Santíssima
Trindade. Que Maria, Rainha dos Santos, interceda para que alcancemos esta graça"
_ disse o papa.
No final da cerimônia, o papa saudou as diversas delegações
e fiéis presentes, dirigindo-se a todos em várias línguas. Nas primeiras filas estavam
a presidente da Irlanda, Mary McAleese, o presidente de Malta, Edward Fenech Adami,
a presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, o presidente polonês Lech Kaczynski,
a ministra da Cultura francesa, Christine Albanel, o ministro da Justiça holandês,
Hirsch-Ballin, e a esposa do presidente mexicano, Margarita Zavala.
Com as
canonizações de hoje, Bento XVI proclamou santos, em seus dois anos de pontificado,
um total de 14 bem-aventurados, entre os quais o brasileiro Santo Antônio de Sant'Anna
Galvão. (CM)