2007-06-04 18:10:38

IGREJA TEM QUATRO NOVOS SANTOS: CERIMÔNIA DE CANONIZAÇÃO PRESIDIDA PELO PAPA NA PRAÇA SÃO PEDRO


Cidade do Vaticano, 03 jun (RV) - A Igreja Católica ganhou hoje, quatro novos santos. Em cerimônia realizada na Praça São Pedro, Bento XVI elevou à glória dos altares, o franciscano polonês Szymon z Lipnicy (1435-1482), a religiosa francesa, Ir. Marie Eugénie de Jésus Milleret (1817-1898), o religioso passionista holandês Karel van Sint Andries Houben (1821-1893) e o sacerdote maltês, Giorgio Preca (1880-1962).

Apesar da chuva persistente que se abateu sobre a capital romana durante quase todo o dia, mais de 30 mil fiéis, provenientes principalmente dos países de origem e de atuação dos quatro novos santos, lotaram a Praça São Pedro.

Em sua homilia, Bento XVI recordou o valor e as virtudes dos novos protetores da humanidade, e ressaltou: "A sabedoria de Deus se manifesta no cosmo, na variedade e na beleza de seus elementos, mas suas "obras de arte", nas quais se vêem ainda mais sua beleza e sua grandeza, são os santos."

O pontífice fez uma homenagem à teologia de João Paulo II, ao contextualizar a celebração da festa da Santíssima Trindade, que se celebra hoje. "É através de Cristo _ disse o papa _ que passa o dom do Espírito, Pessoa-amor, Pessoa-dom, assim como o definiu o Servo de Deus João Paulo II, em sua encíclica Dominum et vivificantem. Por meio de Cristo, o espírito de Deus vem a nós, como princípio de uma vida nova e santa. O Espírito _ continuou o papa _ coloca o amor de Deus no coração dos fiéis sob a forma concreta do homem Jesus de Nazaré."

Referindo-se ao franciscano, Szymon z Lipnicy, o Santo Padre disse: "Grande filho da terra polonesa, testemunha de Cristo, que viveu em tempos remotos, Fr. Szymon é o modelo atual de um cristão que, animado pelo espírito do Evangelho, dedicou sua vida aos irmãos. Desafiando a epidemia da peste que dizimou a cidade de Cracóvia no século XV, Fr. Szymon não hesitou em levar sua ajuda aos doentes atingidos pela peste, contraindo o mal, que o levou à morte. Hoje, confiamos à sua proteção, todos aqueles que sofrem por causa da pobreza, da doença, da solidão e da injustiça social."

Mais próximo de nossos dias, Pe. Giorgio Preca faleceu em La Valletta, capital de Malta, em 1962. Era definido "amigo de Jesus e testemunha da santidade". Um sacerdote que se dedicou totalmente à evangelização, com escritos, com sua guia espiritual e a administração dos sacramentos e, acima de tudo, com o exemplo de sua vida.

"O Senhor se serviu dele _ disse Bento XVI _ para criar uma obra benemérita, a Sociedade da Doutrina Cristã, que assegura às paróquias, o serviço qualificado de catequistas bem preparados e generosos. Que São Giorgio Preca ajude a Igreja a ser sempre, em Malta e no mundo, eco fiel da voz de Cristo, Verbo Encarnado."

A seguir, Bento XVI recordou a determinação da religiosa francesa, Ir. Marie Eugénie de Jésus Milleret, nascida em 1817, filha das idéias liberais de Voltaire e da Revolução Francesa, que se converteu ao Catolicismo aos 20 anos de idade, após a morte de sua mãe. Fundou o Instituto das Irmãs da Assunção, congregação hoje espalhada por todo o mundo.

"Que o exemplo de Santa Marie Eugénie convide os homens e mulheres de hoje, a transmitir aos jovens valores que os ajudem a ser adultos fortes e testemunhas alegres do Ressuscitado. Que os jovens não tenham medo de acolher esses valores morais e espirituais, de vivê-los com paciência e fidelidade, para construir sua personalidade e preparar seu futuro."

Enfim, o papa recordou a dedicação ao ministério sacerdotal e confessional, do religioso passionista Karel van Sint Andries Houben, conhecido como Carlos de Santo André, que nasceu na Holanda, mas viveu na Inglaterra e na Irlanda, onde é muito venerado, e morreu em 1893.

"Deixemo-nos guiar por seus ensinamentos, para que toda a nossa existência se torne, assim como a sua, um cântico de louvor à glória da Santíssima Trindade. Que Maria, Rainha dos Santos, interceda para que alcancemos esta graça" _ disse o papa.

No final da cerimônia, o papa saudou as diversas delegações e fiéis presentes, dirigindo-se a todos em várias línguas. Nas primeiras filas estavam a presidente da Irlanda, Mary McAleese, o presidente de Malta, Edward Fenech Adami, a presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, o presidente polonês Lech Kaczynski, a ministra da Cultura francesa, Christine Albanel, o ministro da Justiça holandês, Hirsch-Ballin, e a esposa do presidente mexicano, Margarita Zavala.

Com as canonizações de hoje, Bento XVI proclamou santos, em seus dois anos de pontificado, um total de 14 bem-aventurados, entre os quais o brasileiro Santo Antônio de Sant'Anna Galvão. (CM)







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