Em Roma, a Assembleia Geral da Caritas Internacional

2/6/2007) Sob o lema “Testemunhas da caridade, construtores de Paz”, decorre de 3 a 9 de Junho, em Roma, a 18ª Assembleia Geral da Cáritas Internationalis.
A Cáritas Internationalis é uma organização católica, com sede no Vaticano, de ajuda humanitária, desenvolvimento e serviço social, cujo trabalho tem como objectivo principal ajudar a construir um mundo melhor, sobretudo para os mais pobres e oprimidos e que está representada praticamente em todo o mundo, com 162 membros em mais de 200 países.
Com uma periodicidade de 4 anos, os presidentes das Cáritas de todo mundo, reúnem-se para discutir os objectivos e estratégias, em prol do desenvolvimento, que devem orientar o trabalho das diversas instituições que integram a Cáritas Internationalis.
Este ano, a Assembleia Geral, tem um significado particularmente importante pois coincide com a realização da cimeira anual do G-8, a ter lugar em Heiligendamm, na Alemanha.
A Cáritas vai aproveitar esta oportunidade para chamar a atenção da comunidade internacional para o fracasso que representam os países mais ricos do mundo, ao não cumprirem os compromissos assumidos há dois anos, no sentido de aumentarem, em 50.000 milhões de dólares, as ajudas aos países pobres do mundo. Os números da OCDE indicam que essa ajuda, em 2006, foi reduzida em 5%.
A este propósito, o Secretário Geral da Cáritas Internationalis, Duncan MacLaren, afirmou que “ a Cáritas deseja que os países do G-8 cumpram a sua promessa de aumentar as ajudas aos países pobres, bem como garantirem que essas ajudas sejam utilizadas de forma eficaz, por forma a pôr fim à pobreza.” Duncan MacLaren alertou, ainda, para o facto de que “milhões de pessoas irão sofrer consequências irreparáveis se essas promessas não forem cumpridas”.
Estabelecendo a relação entre os dois acontecimentos, declarou ainda: “a Assembleia Geral da Cáritas e a reunião do G-8 representa algo mais do que a história de duas cimeiras: será o relato de dois mundos completamente opostos: por um lado, os líderes que representam os interesses dos países mais ricos do mundo, cujos PIB, juntos, totalizam mais de 30 biliões de dólares; por outro, os representantes da sociedade civil que trabalham para os 3.000 milhões de pessoas que vivem, em todo o mundo, com menos de um dólar por dia”.
Esta 18ª Assembleia Geral da Cáritas Internationalis vai debater, entre outros assuntos, a forma como os conflitos regionais poderão ameaçar os progressos já obtidos no campo do desenvolvimento dos países mais carenciados. Tendo como referência campanhas desenvolvidas na Colômbia, Uganda, Sri Lanka e em outros locais do mundo, bem como relatórios que irão ser apresentados pelos diversos delegados presentes, muitos dos quais testemunharam estes acontecimentos, os membros da Cáritas Internationalis irão reflectir sobre os diversos métodos a adoptar, com o objectivo de, através do seu trabalho, promoverem a paz no mundo. Neste sentido, irá ser prestada uma atenção muito especial ao conflito no Médio Oriente, tendo em conta que a realização desta assembleia coincide, também, com o 40º aniversário do início da guerra israelo-árabe de 1967 e da ocupação dos territórios palestinianos.
Os delegados das 162 Cáritas presentes, aproveitarão esta ocasião para fazerem uma avaliação do trabalho realizado pela organização, nos últimos quatro anos, a qual servirá de base para a elaboração de um plano de acção para o próximo quadriénio. Irão ser, também, debatidos os novos desafios que se apresentam a toda a rede, no que diz respeito às respostas a dar, face ao aumento crescente das situações de emergência humanitária em todo o mundo.
No final dos trabalhos proceder-se-á à renovação dos mandatos do presidente, secretário- geral e tesoureiro.