ARCEBISPO ACUSA GOVERNO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO DE INÉRCIA
Bukavu, 02 jun (RV) - O arcebispo de Bukavu, República Democrática do Congo,
Dom Francois Xavier Maroy Rusengo, lançou um apelo dramático ao embaixador francês
na RDC, após os massacres do último fim de semana, no território dessa Arquidiocese.
Segundo
a fundação "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS), o arcebispo pede que os responsáveis
políticos "assumam suas responsabilidades" e enviem "tropas de elite" para a área
atingida.
Pelo menos 29 civis foram massacrados, no fim de semana, por rebeldes
hutus das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (TDLR), que atacaram aldeias
da área de Kanyola, 27 km a oeste de Bukavu, capital da província congolesa de Kivu
Sul.
Dom Maroy Rusengo considera que o problema de segurança nessa parte do
país é "uma prioridade" para o governo da RDC, que ele acusa de tentar "distrair a
opinião pública, com supostos planos de negociação e mesas-redondas que não levam
a nada".
O arcebispo acusa os militares congoleses de terem ignorado "os gritos
da população", no massacre de Kanyola, lamentando que, "tal como em 1996, o nosso
exército tenha sido incapaz de proteger as pessoas".
A República Democrática
do Congo está em meio a um processo de recuperação de uma década de guerra civil e
regional, que ceifou a vida de mais de 3,5 milhões de pessoas, em sua maioria civis.
(AF)