2007-05-31 20:11:28

BISPOS RENOVAM, EM APARECIDA, SUA OPÇÃO PREFERENCIAL E EVANGÉLICA PELOS POBRES


Aparecida, 31 mai (RV) - OS bispos latino-americanos e do Caribe, reunidos em Aparecida, na V Conferência Geral do Episcopado, lançaram uma Grande Missão Continental, que será permanente e profunda, para chegar a todos, e terá como objetivo "buscar os católicos que se distanciaram e aqueles que pouco ou nada conhecem de Jesus Cristo", para formar, com alegria, "a comunidade de amor de nosso Pai, Deus".

"Queremos abraçar todo o continente, para transmitir-lhe o amor de Deus e o nosso" _ afirmam os participantes da Conferência de Aparecida, em sua Mensagem Final aos Povos.

Depois de ter recordado, parafraseando o lema da Conferência, que "todos, na Igreja, somos chamados a ser discípulos e missionários", os bispos consideraram que "é necessário formar a nós mesmos e formar o Povo de Deus, para cumprir essa tarefa, com responsabilidade e com audácia".

"Nós nos propomos fortalecer a nossa presença e proximidade. Por isso, em nosso serviço pastoral, convidamos a que se dedique mais tempo a cada pessoa, que elas sejam escutadas, que estejamos a seu lado nos momentos importantes, e que a ajudemos a buscar as respostas às suas necessidades. Façamos com que todos, ao se sentirem valorizados, possam sentir a Igreja como sua própria casa" _ sublinham os bispos, em sua Mensagem Final.

A mensagem exorta a ser "missionários do Evangelho não apenas com a palavra, mas, sobretudo, com nossa própria vida, entregando-a a serviço do Evangelho, até mesmo no martírio" e convida a se inserir na sociedade, para tornar "visível o nosso amor e a nossa solidariedade fraterna, e para que promovamos o diálogo com os diferentes atores sociais e religiosos". Numa sociedade sempre mais pluralista _ acrescentam os bispos "sejamos integradores de forças, para a construção de um mundo mais justo, reconciliado e solidário".

Frente às "agudas diferenças entre ricos e pobres", os bispos convidam a "trabalhar com maior empenho, para ser discípulos que sabem compartilhar a mesa da vida, mesa de todos os filhos e filhas do Pai, mesa aberta, que inclua, ou seja, à qual não falte ninguém". Por isso _ ressaltam os bispos _ "reafirmamos nossa opção preferencial e evangélica pelos pobres".

Em sua Mensagem Final os bispos se comprometem a "defender os mais fracos, especialmente as crianças, os enfermos e os portadores de deficiências, os jovens em situações de risco, anciãos, detentos e migrantes". E ainda a "velar pelo respeito aos direitos dos povos, de defender e promover os valores subjacentes em todos os estratos sociais, especialmente os dos povos indígenas". "Queremos contribuir _ ressaltam _ para garantir condições de vida digna: saúde, alimentação, educação, moradia e trabalho para todos."

"A fidelidade a Jesus exige que combatamos os males que danificam e destroem a vida, como o aborto, as guerras, o seqüestro, a violência armada, o terrorismo, a exploração sexual e o narcotráfico" _ asseveram os bispos, ao mesmo tempo em que exortam "todos os dirigentes de nossas nações, a defenderem a verdade e a velarem pelo inviolável e sagrado direito à vida e à dignidade da pessoa humana, desde a sua concepção até a morte natural."

Os bispos latino-americanos e caribenhos colocaram à disposição de seus respectivos países, "os esforços pastorais da Igreja, para contribuir na promoção de uma cultura da honestidade, capaz de sanar a raiz das diversas formas de violência, enriquecimento ilícito e corrupção" e instaram a que, coerentemente com o projeto do Pai criador, todas as forças vivas da sociedade cuidem de "nossa casa comum _ a Terra _ ameaçada de destruição".

A Mensagem conclui com a afirmação dos bispos: "Queremos favorecer um desenvolvimento humano e sustentável, baseado na justa distribuição das riquezas e na comunhão dos bens entre todos os povos."

Por último, os prelados reunidos, elevaram uma oração de compromisso, a Nossa Senhora Aparecida e à Virgem de Guadalupe, na qual afirmam sua fé e sua esperança de...

"Ser uma Igreja viva, fiel e crível, que se alimenta da Palavra de Deus e da Eucaristia.
Viver nosso ser cristão com alegria e convicção, como discípulos-missionários de Jesus Cristo.
Formar comunidades vivas que alimentem a fé e impulsionem a ação missionária.
Valorizar as diversas organizações eclesiais, em espírito de comunhão.
Promover um laicato maduro, co-responsável na missão de anunciar e de tornar visível o Reino de Deus.
Impulsionar a participação ativa da mulher na sociedade e na Igreja.
Manter, com renovado esforço, nossa opção preferencial e evangélica pelos pobres.
Acompanhar os jovens em sua formação e busca de identidade, vocação e missão, renovando nossa opção por eles.
Trabalhar com todas as pessoas de boa vontade, na construção do Reino.
Fortalecer, com audácia, a pastoral da família e da vida.
Valorizar e respeitar nossos povos indígenas e afro-descendentes.
Avançar no diálogo ecumênico, "para que todos sejam um", como também no diálogo inter-religioso.
Fazer deste continente um modelo de reconciliação, de justiça e de paz.
Cuidar da criação, casa de todos, em fidelidade ao projeto de Deus.
Colaborar na integração dos povos da América Latina e Caribe.
Que este Continente da Esperança também seja um Continente do amor, da vida e da paz." (AF)







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