"Todas as Igrejas para todo o mundo": lema do Dia Mundial das Missões 2007, comentado
na respectiva Mensagem do Papa, agora divulgada
(29/5/2007) “Perante o avançar da cultura secularizada, que parece penetrar cada
vez mais nas sociedades ocidentais”, as Igrejas de antiga tradição “correm o risco
de se fecharem em si mesmas, encarando o futuro com pouca esperança e reduzindo o
seu esforço missionário. Este o conteúdo central da mensagem de Bento XVI para
o próximo Dia Mundial das Missões. Como motivos que delimitam o empenho missionário
das Igrejas, o Papa refere “a crise da família, a diminuição das vocações e o progressivo
envelhecimento do clero”. Não obstante estas dificuldades, e precisamente por causa
delas – observa o Pontífice – “é este o momento de se abrir com confiança à Providência
de Deus, que nunca abandona o seu povo e que, com o poder do Espírito Santo, o guia
para a realização do seu eterno desígnio de salvação”.
Nesta mensagem para
o Dia Missionário Mundial, o Papa Ratzinger dirige-se a todo o Povo de Deus - Pastores,
sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos – exortando-os a “uma reflexão comum sobre
a urgência e importância que assume, também no nosso temop, a acção missionária da
Igreja”. Não deixam de ressoar, como premente apelo e chamada universal, as palavras
com que Jesus confiou aos Apóstolos o mandato missionário”. Comentando o lema
do Dia das Missões 2007 - “Todas as Igrejas para todo o mundo”, o Papa convida as
Igrejas locais de todos os continentes a uma consciência comum da urgente necessidade
de relançar a acção missionária perante os múltiplos e graves desafios do nosso tempo”.
“Nas novas condições em que vive a humanidade nestas décadas – sublinha Bento XVI
na Mensagem – desenvolveu-se já um grande esforço para a difusão do Evangelho, sobretudo
a partir do Concílio Vaticano II”.
“Mas este ano – prossegue – temos um motivo
mais que nos convida a um renovado empenho missionário: o quinquagésimo aniversário
da Encíclica “Fidei donum”, com a qual Pio XII promoveu e encorajou a cooperação entre
as Igreja pela missão ad gentes. Um apelo que o Papa repete hoje às Igrejas que “no
passado forneceram às missões, não só meios materiais, mas também um número consistente
de sacerdotes, religiosas, religiosos e leigos, dando vida a uma eficaz cooperação
entre as comunidades cristãs”. “Desta cooperação brotaram abundantes frutos apostólicos
tanto para as jovens Igrejas em terra de missão, como para as realidades eclesiais
de que provêm os missionários”, conclui a Mensagem. Números das Missões O “Guia das Missões Católicas 2005” revela que, desde 1989, foram erigidas 134
novas circunscrições eclesiásticas (divisões territoriais da Igreja Católica), e cerca
de 150 sofreram modificações. Actualmente, à Congregação para a Evangelização dos
Povos são confiadas um total de 1069 circunscrições eclesiásticas, quase 30% de todas
as circunscrições eclesiásticas da Igreja em todo o mundo. As informações estatísticas
permitem destacar aspectos significativos da actividade desempenhada pela Igreja nos
diversos países do mundo missionário. Ao serviço da "Missão ad gentes" trabalham cerca
de 85 000 sacerdotes, dos quais 52 000 pertencem ao clero diocesano; 27 000 actuam
na África, 44 000 na Ásia, 6000 na América, 5000 na Oceania e 3000 na Europa. A
actividade missionária recebe o apoio, além disso, de 28 000 religiosos não sacerdotes,
45 000 religiosas e 1,65 milhões de catequistas. A Congregação para a Evangelização
dos Povos promove actividades educacionais (cerca de 42 000 escolas), de saúde (1600
hospitais, mais de 6000 dispensários, 780 leprosários), de lazer e sociais.