Problemas de África: abordagem multilateral e solução global
(29/5/2007) O ex-Presidente Português Jorge Sampaio defendeu ontem em Lisboa a necessidade
"indispensável" de uma "abordagem multilateral" na ajuda a África. Esta intervenção
deveria ter a participação do G8, da UE, do Banco Mundial e da ONU, entre outras organizações.
Os europeus teriam um papel "particular", com destaque para a cimeira UE-África, prevista
para decorrer durante a presidência portuguesa da UE, no segundo semestre deste ano.Sampaio
falava num colóquio sobre o diálogo entre Europa e África, organizado pelo grupo africano
de embaixadores, no âmbito das comemorações do Dia de África. Em pano de fundo, neste
evento, esteve a circunstância de se realizar em Lisboa a II cimeira UE-África (a
primeira foi no Cairo) e o que isso implica para o continente africano conseguir um
desenvolvimento sustentável.Sampaio revelou alguns números que mostram a dimensão
da emergência africana: o continente tem 11% da população mundial, 24% do fardo mundial
da tuberculose e apenas 3% dos recursos humanos mundiais na área da saúde.Só a tuberculose,
disse o ex-presidente, é responsável pela perda de 4% do PIB, em cada ano, em vários
países africanos. Segundo disse Sampaio, são necessários 4 milhões de trabalhadores
no sector da saúde, à escala global, ou seja, sobretudo em países muito pobres, na
maioria africanos.