Apesar da questão dos direitos humanos, a China procura aproximar-se da UE
(29/5/2007) Os titulares das diplomacias europeia e chinesa tentaram segunda feira
em Hamburgo, na Alemanha, passar em revista a actualidade internacional e o acordo
de “parceria estratégica” e de cooperação que está a ser negociado entre as duas partes UE
e China também prepararam a próxima Cimeira entre os dois blocos, que se realizará
a 23 de Novembro próximo, em Pequim, na qual a delegação dos 27 da UE será chefiada
por José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, país que então presidirá à UE, até
ao final do ano.O rápido desenvolvimento económico da China nos últimos 20 anos tem
tido um impacto significativo nas relações políticas, económicas e comerciais com
a União Europeia. O comércio entre os dois parceiros aumentou mais de seis vezes,
desde o início das reformas económicas na China, em 1978, e totalizou 210 mil milhões
de euros, em 2005, segundo dados da Comissão Europeia.A reunião da Troika europeia
com a China tem lugar à margem do habitual encontro dos 46 países da Europa e da Ásia
(ASEM), que se realiza de dois em dois anos, alternadamente num e no outro continente. A
UE considera a China um “parceiro estratégico” e as duas partes iniciaram, no início
do corrente ano, as negociações para um novo Acordo de Parceria e Cooperação, que
enquadrará, quando concluído, todas as relações bilaterais.No segundo semestre do
ano, Portugal vai tentar concluir esse Acordo, que prevê a criação de novos processos
de cooperação em sectores como o do comércio, direitos humanos, energia, ciência e
tecnologia e ambiente, entre outros.Mas europeus e chineses também têm vários problemas
para resolver, como a questão do embargo à venda de armas à China, que a UE tem em
vigor, apesar dos protestos de Pequim. Bruxelas tem avisado que o fim desse embargo
depende da colaboração chinesa, nomeadamente “de passos concretos para melhorar a
protecção aos direitos humanos no país”.Outros temas controversos foram a pirataria
de marcas, que vai de medicamentos a automóveis, passando pelo vestuário e artigos
de luxo, e a sua ampla expressão na China, que preocupa a generalidade dos países
europeus. No domínio externo, das relações bilaterais políticas e diplomáticas,
e das questões regionais e internacionais de maior premência, Iraque, Irão, Médio
Oriente e Península Coreana foram ainda temas dominantes da reunião.