Paquistão: Bispos pedem protecção para a comunidade cristã
(23/5/2007) O presidente da Conferência Episcopal Paquistanesa, D. Lawrence Saldanha,
veio a público exigir que o governo do país proteja a comunidade cristã, considerando
que a insegurança chegou a níveis nunca antes vistos. Em entrevista à Fundação
Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Arcebispo de Lahore defende que “nós, cristãos,
somos cidadãos como todos os outros e temos os mesmos direitos”, lamentando que a
comunidade internacional não levante a voz em sua defesa. “Perturba-nos muito
que os cristãos sejam ameaçados, numa tentativa de os forçar a converterem-se ao Islão.
Isto é algo que nunca tinha acontecido antes”, prossegue D. Lawrence Saldanha
testemunho a crescente radicalização dos fiéis muçulmanos, indicando que “eles querem
introduzir uma forma mais estrita do Islão, colocando acima de tudo a sharia (lei
islâmica)”. Segundo este responsável, as mulheres deixariam de poder sair de casa
para trabalhar ou estudar, sendo forçadas a usar o véu. “Há pouco tempo, fanáticos
muçulmanos atacaram lojas de Islamabad, onde se vendiam vídeos que os extremistas
consideravam contrários ao Islão”, assinala. No início deste mês, no noroeste
do país, cerca de 50 famílias cristãs – católicas e protestantes – receberam cartas
anónimas com ameaças, exigindo a sua conversão ao Islão. Foi-lhes dado um prazo de
10 dias para decidir e, caso não se convertessem, sofreriam “consequências violentas”.
Até agora as ameaças não foram executadas, mas as pessoas vivem no medo. As comunidades
cristãs de todo o país manifestaram a sua solidariedade para com estas famílias. Segundo
o Arcebispo Saldanha, a situação está a tornar-se cada vez mais delicada para os cristãos.
“Todo o país está em crise, neste momento”, alerta. Marie-Ange Siebrecht, chefe
da secção da AIS que trabalha na Paquistão, esteve neste país em 2006 e pede ao mundo
ocidental que ajude “os cristãos perseguidos”, que considera um exemplo de fé. A
AIS procura ajudar os 1,1 milhões de católicos no Paquistão não só através da ajuda
material, mas também com os apelos mundiais pela oração e solidariedade em seu favor.
Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre