CHINA E VATICANO DEVEM INTENSIFICAR DIÁLOGO EM VISTA DE NOMEAÇÕES DE BISPOS
Macau, 21 mai (RV) - A China e o Vaticano devem intensificar o diálogo, em
vista da nomeação de bispos, segundo o Bispo de Macau, Dom José Lai Hung-seng, que
ofereceu Macau como anfitriã dos encontros.
Sublinhando que a nomeação dos
bispos é um dos pontos que tem dificultado o relacionamento entre a China e o Vaticano,
Dom Hung-seng considera que o Vaticano "deve investir no diálogo" e "intensificar
as conversas sobre a nomeação dos bispos".
"A Santa Sé já o faz com outros
países, já dialoga com os governos quando há necessidade de nomear um bispo, e poderá
fazê-lo também com a China" _ sublinhou o prelado.
O processo de nomeação dos
bispos na China é o maior entrave para a normalização das relações bilaterais entre
Pequim e a Santa Sé. A nomeação de bispos é também a principal causa de separação
entre as "duas Igrejas Católicas" que coexistem na China _ a oficial e a clandestina.
A Igreja Católica "clandestina", fiel ao papa e à Igreja de Roma, conta cerca de 10
milhões de fiéis, que celebram missas em suas próprias casas e, por isso, são alvo
de perseguições por parte das autoridades.
A Igreja Católica oficial, que se
intitula "Associação Católica Patriótica", é subordinada ao Estado, assim como as
outras quatro Igrejas permitidas na China _ Budista, Taoísta, Islâmica e Protestante.
A Associação Católica Patriótica conata cerca de quatro milhões de fiéis e se recusa
a reconhecer a autoridade da Santa Sé.
Em 1951, a China rompeu relações diplomáticas
com o Vaticano, o que levou a Santa Sé a reconhecer e instaurar relações diplomáticas
com Taiwan _ a ilha que Pequim considera apenas como uma província rebelde, mas que
tem um governo próprio desde 1949 e reivindica independência da China. (CM)