AS EXPECTATIVAS PASTORAIS E OS GRANDES DESAFIOS SOCIAIS DE MOÇAMBIQUE, NO ENCONTRO
DO PAPA COM OS BISPOS DO PAÍS AFRICANO
Luanda, 22 mai (RV) - Tiveram início ontem, segunda-feira, as audiências de
Bento XVI aos bispos de Moçambique, em visita "ad Limina", como sempre uma ocasião
para os prelados que chegam de todos os cantos do mundo, para referir sobre a realidade
pastoral das Igrejas locais e sobre a situação sociopolítica na qual se encontram
atuando, antes de escutar as reflexões do papa que serão feitas ao término de seus
colóquios.
Apoio concreto à família e incansável defesa da vida: são essas
as prioridades pastorais ressaltadas pelos bispos de Moçambique, reunidos em assembléia,
em abril passado, empenhados em combater, no país, um projeto de lei para legalizar
o aborto.
Os bispos são conscientes dos grandes desafios sociais _ luta contra
a pobreza, o analfabetismo, a degradação das cidades, a corrupção, a criminalidade,
a difusão da AIDS _ que atingem todo o povo e que a Igreja em Moçambique afronta,
ao lado das instituições do Estado.
Com os acordos de paz de 1992, Moçambique
saiu de um longo conflito civil entre o exército governamental do partido único do
FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) _ que governou desde a independência
de Portugal em 1975, até 1990 _ e a guerrilha da RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana).
É
um país que, com grandes esforços, empreendeu, nos últimos 15 anos, um caminho de
democratização, coroado em 2004 por uma nova Constituição. Um país em fase de desenvolvimento,
com um Produto Interno Bruto (PIB) que aumenta 7% por ano.
Os bispos moçambicanos
convidam as autoridades do Estado a sanar os graves problemas de ordem pública, reiterando
o compromisso da Igreja em querer colaborar para educar os cidadãos à legalidade e
à convivência pacífica.
Por fim, ressaltam os grandes sofrimentos vividos pelo
povo moçambicano atingido pelo flagelo da AIDS: 400 mil mortos em 5 anos, 1 milhão
e meio de contagiados. (RL)