Situação na Faixa de Gaza suscita veemente apelo do Papa, "em nome de Deus". Bento
XVI recorda também o Dia das Comunicações Sociais
(20/5/2007) A viagem apostólica ao Brasil, a Jornada Mundial das comunicações sociais
e a celebração da Ascensão do Senhor foram os temas abordados pelo Papa, neste domingo
ao meio-dia, na Praça de São Pedro, com milhares de fiéis ali congregados para a costumada
recitação da Oração mariana. Evocando “o sangrento deteriorar-se da situação” na Faixa
de Gaza, Bento XVI suplicou, “em nome de Deus, que se ponha termo a esta trágica violência”.
E fez apelo às partes envolvidas e à comunidade internacional para que actuem concretamente
neste sentido.
O Papa começou por dar graças ao Senhor pela sua viagem
apostólica ao Brasil, de 9 a 14 do corrente, agradecendo ao mesmo tempo a todos os
que o acompanharam com a oração. Aludindo brevemente às diversas etapas desta sua
visita, Bento XVI prometeu voltar ao assunto na próxima quarta-feira, na audiência
geral, pedindo “que se continue entretanto a rezar pela Conferência que decorre em
Aparecida e pelo caminho do Povo de Deus que vive na América Latina”.
Passando
depois à celebração anual, neste domingo, do Dia Mundial das Comunicações Sociais,
sob o tema “As crianças e os meios de comunicação: um desafio para a educação”, o
Papa observou que “os desafios educativos do mundo actual se encontram muitas vezes
ligados ao influxo dos mass-media, que fazem concorrência à escola, à Igreja e até
mesmo à família”.
“Os pais, os professores e a comunidade eclesial são
chamados a colaborar para educar as crianças e adolescentes a serem selectivos e a
maturarem uma atitude crítica, cultivando o gosto pelo que é estética e moralmente
válido. Mas também os meios de comunicação devem prestar o seu contributo a este empenho
educativo, promovendo a dignidade da pessoa humana, o matrimónio e a família, as conquistas
e as metas da civilização. Os programas que inculcam violência e comportamentos
anti-sociais ou que rebaixam a sexualidade humana são inaceitáveis, por maioria de
razão se propostos aos menores. Renovo portanto o apelo aos responsáveis da indústria
dos mass-media e aos agentes da comunicação social, para que salvaguardem o bem comum,
respeitem a verdade e protejam a dignidade da pessoa e da família”.
Foi
depois do cântico da antífona mariana do tempo pascal “Regina Coeli” que o Papa se
referiu à Faixa de Gaza. “Os recontros entre facções palestinianas e os disparos de
roquetes contra os habitantes das cidades israelitas vizinhas, aos quais se reagiu
com a intervenção armada, estão a provocar – observou o pontífice – uma sangrenta
deterioração da situação, que deixa (todos) aterrorizados.
“Uma vez mais,
em nome de Deus, suplico que se ponha termo a esta trágica violência, ao mesmo tempo
que desejo exprimir às provadas populações palestinianas e israelitas a minha solidária
proximidade, assegurando que as recordo na oração. Faço apelo ao sentido de responsabilidade
de todas as autoridades palestinianas, para que, no diálogo e com firmeza, retomem
o árduo caminho do entendimento, neutralizando os violentos. Convido à moderação o
governo israelita e exorto a Comunidade internacional a multiplicar o empenho a favor
do relançamento das negociações. Que o Senhor suscite e apoie os construtores de paz!”
Presentes
desta vez, na Praça de São Pedro, também peregrinos de língua portuguesa, saudados
expressamente pelo Santo Padre:
Saúdo também os peregrinos vindos de Portugal,
das paróquias de Laveiras-Caxias e Vale da Figueira, e a comunidade brasileira em
Roma, aproveitando para lhes agradecer todo o apoio espiritual e material oferecido
ao meu serviço de Sucessor de Pedro. Sobre todos invoco os dons do Espírito Santo
para serem verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo fazendo jorrar a
sua Vida no meio das respectivas famílias e comunidades, que de coração abençoo.