Para a Santa Sé a Europa precisa de politicas educativas inter culturais
(17/5/2007) A Europa de amanhã precisa de políticas educativas que apontem para o
desenvolvimento integral da pessoa numa perspectiva intercultural e de maior coesão
social, sustenta a Santa Sé. É o que sublinhou na sua intervenção D. J. Michael Miller,
secretário da Congregação para a Educação Católica, e chefe da delegação da Santa
Sé na 22ª Sessão da Conferência permanente dos ministros europeus de Educação, que
teve lugar nos dias 4 e 5 de Maio em Istambul, Turquia, dentro das actividades do
Conselho da Europa. O encontro serviu para centrar a atenção nos direitos das crianças
desde um ponto de vista educativo, e sobre a base de políticas dirigidas a sublinhar
que a educação deve ser um veículo eficaz para o diálogo entre culturas, a compreensão
recíproca e o respeito das diferenças, além de sublinhar o valor essencial de uma
educação qualificada numa sociedade mais humana e equitativa. A conferência ofereceu
também a oportunidade de debater o desafio que o velho continente terá de enfrentar
nos próximos anos: «construir uma Europa mais humana e compreensiva», à luz de políticas
educativas capazes de enfrentar as questões que apresenta a crescente multiculturalidade».
Este tema insere-se também nos objectivos estratégicos definidos pelo Plano de Acção
adoptado na Terceira Reunião de Chefes de Estado e de Governo do Conselho da Europa,
celebrada em Varsóvia nos dias 16 e 17 de Maio de 2005. «A conquista deste objectivo
implica necessariamente uma sociedade capaz de respeitar a dignidade de cada pessoa
humana, uma sociedade que tem como meta indispensável proporcionar uma educação de
qualidade para todos», comentou no seu discurso o secretário da Congregação para
a Educação Católica. Por «educação de qualidade», acrescentou, deve-se entender alguns
objectivos educativos como «o desenvolvimento cognoscitivo, moral e espiritual dos
estudantes; a transmissão de valores e cultura; a promoção da coesão social; e o crescimento
da personalidade do estudante em todas as dimensões», acrescentou. «Também uma educação
integral deveria ajudar a formar uma nova geração na participação social, na solidariedade
e numa compreensão crítica da realidade», afirmou. «Uma sociedade mais humana e compreensiva
deve cuidar de seus membros mais frágeis. A atenção das políticas educativas aos direitos
da criança é um aspecto significativo desta tutela. Através da educação, uma criança
deverá ser ajudada a satisfazer as suas necessidades afectivas e educativas», acrescentou.
«Uma educação autêntica deveria ensinar às novas gerações o respeito pelas outras
culturas e promover o reconhecimento da riqueza da sua história e dos seus valores»,
sublinhou.