JORDÂNIA RETIRA SEU RECONHECIMENTO AO PATRIARCA GRECO-ORTODOXO DE JERUSALÉM
Amã, 14 mai (RV) – O governo jordaniano retirou seu reconhecimento ao patriarca
greco-ortodoxo de Jerusalém, Teófilo III, por não ter reavido as propriedades da Igreja,
vendidas, em 2005, por seu antecessor, a várias empresas israelenses.
Segundo
fontes oficiais, o Executivo jordaniano decidiu não mais reconhecer o patriarca, nomeado
em 2005, pelo fato de ele não ter cumprido os compromissos que assumira com o governo,
há 18 meses. O governo acusa também, Teófilo III, de ter fracassado, em sua tentativa
de reforçar uma lei jordaniana que data de 1958, e que define as relações entre o
Patriarcado Greco-ortodoxo e os cristãos árabes da Terra Santa.
Em novembro
de 2005, Teófilo III prometeu _ após ter sido confirmado como novo patriarca greco-ortodoxo
_ que recuperaria as propriedades da Igreja, que haviam sido vendidas por seu predecessor
no cargo, Irineus I, a empresários judeus.
Irineus I foi denunciado no início
de 2005, e destituído do cargo pelos próprios greco-ortodoxos, pela venda de importantes
propriedades da Igreja, localizadas na Cidade Antiga de Jerusalém, a companhias israelenses.
A
Igreja Ortodoxa Grega conta cerca de 100 mil seguidores na Terra Santa, e cerca de
55% dos 250 mil cristãos que vivem na Jordânia.
O acordo de paz assinado entre
Jordânia e Israel, em 1994, reconhece o direito jordaniano de velar pelas mesquitas
e pelas igrejas cristãs em Jerusalém Leste, que fez parte do Reino Hachemi, até a
guerra de 1967, contra Israel.
A nomeação e posse dos patriarcas greco-ortodoxos
devem contar com a aprovação de quatro autoridades: de Israel, Jordânia, Autoridade
Nacional Palestina (ANP) e Grécia.
A Igreja Ortodoxa Grega é a maior proprietária
de terras e imóveis em Jerusalém e outras importantes localidades da Terra Santa,
o que lhe confere um enorme poder na região. (AF)