2007-05-14 16:23:02

A 6ª VIAGEM APOSTÓLICA INTERNACIONAL DE BENTO XVI


Roma, 14 mai (RV) - Na quarta-feira, 9 de maio, às 16h02, o avião que trazia Bento XVI pousou no solo brasileiro, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, meia hora antes do horário previsto. Aquele foi um momento histórico acompanhado por milhões de brasileiros através do rádio e da televisão. Às 16 horas e 24 minutos Bento XVI descia as escadas do avião da Alitalia e dava início à sua visita ao Brasil: a sua 6ª Viagem Apostólica Internacional, e primeira ao continente americano.

No Aeroporto Internacional de Guarulhos, Bento XVI foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, Marisa Letícia, pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e pelo senador José Sarney.

Na cerimônia de acolhida, o presidente agradeceu ao papa por ter escolhido o Brasil para ser sede da V Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe. Lula desejou a Bento XVI uma visita repleta de paz, e afirmou que "sua visita ao Brasil é uma bênção".

No aeroporto o papa fez seu primeiro discurso ao povo brasileiro.

De Guarulhos, Bento XVI tomou o helicóptero que o levou até o Campo de Marte, em São Paulo. O Santo Padre recebeu, então, a chave da cidade, das mãos do prefeito Gilberto Kassab. E o vereador Antonio Carlos Rodrigues entregou a Bento XVI o título de cidadão honorário de São Paulo.

A bordo do papamóvel, o Santo Padre dirigiu-se para o Mosteiro de São Bento. Milhares de pessoas acompanharam a passagem do pontífice pelas ruas do centro de São Paulo, apesar do frio e da famosa garoa paulistana. Do balcão do mosteiro, o papa fez uma saudação aos fiéis e concedeu a todos a sua primeira bênção apostólica, um gesto que se repetiu várias vezes nos dias seguintes, quebrando o protocolo.

No dia 10, logo pela manhã, Bento XVI celebrou a missa na capela privada do Mosteiro São Bento e, às 10h30, fez uma visita de cortesia ao presidente Lula da Silva, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo.

De volta ao mosteiro, encontrou-se com os representantes de outras confissões cristãs e de outras religiões. A seguir, almoçou com a nova presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e com os membros da comitiva pontifícia.

No final da tarde, passados poucos minutos das 18h o Santo Padre dirigiu-se ao Estádio do Pacaembu, para o grande momento deste dia: o encontro com os jovens brasileiros, procedentes de todas as dioceses do Brasil, e de toda a América Latina. O encontro, apesar do frio, transcorreu num clima festivo e alegre. A mensagem do papa foi bem clara nessa ocasião: indicou aos jovens o único caminho para a felicidade.

Bento XVI apresentou aos quase 60 mil jovens ali presentes uma mensagem sobre o sentido da vida e a importância de encontrar-se com a bondade de Deus. Os jovens, por sua vez, responderam ao papa com gestos de carinho e afeto.

A sexta-feira, dia 11, foi um dia memorável para São Paulo e o Brasil: no Campo de Marte, Bento XVI presidiu à missa de canonização de Frei Galvão, agora Santo Antônio de Sant'Anna Galvão. No início da cerimônia, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal José Saraiva Martins, fez um histórico da vida do novo santo, acompanhado do arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, e da postuladora, Irmã Célia Cardorin.

À tarde, Bento XVI manteve um encontro com os bispos do Brasil, na Catedral da Sé. O encontro foi caloroso, com grande presença do Episcopado, inclusive de bispos eméritos, que vieram a São Paulo exclusivamente para se encontrar com o pontífice.

No final da tarde, o papa encerrou a primeira etapa de sua viagem ao Brasil. Após três dias em São Paulo, partiu _ às 18h09 _ a bordo de um helicóptero, do Campo de Marte, com destino a Aparecida.

Bento XVI chegou por volta das 19h de sexta-feira, a Aparecida, para a segunda fase da viagem ao Brasil.

Na primeira cerimônia de que participou no Santuário Nacional de Aparecida _ a oração do terço _ o pontífice reconheceu a forma carinhosa com que foi recebido pelos brasileiros e ressaltou a dedicação dos religiosos do país.

"Agradeço a acolhida e a hospitalidade do povo brasileiro" _ disse o papa, no quarto dia da visita. "As várias manifestações de apreço e saudações demonstram o quanto vós quereis bem, estimais e respeitais o Sucessor do Apóstolo Pedro" _ afirmou, falando às cerca de 30 mil pessoas que estavam na basílica, público estimado pela organização, e aplaudiram fortemente o pontífice em diversas ocasiões, de modo particular quando, referindo-se ao caloroso acolhimento do povo brasileiro, ele recordou que João Paulo II sempre se referia a essa característica dos brasileiros.

"Ele tinha razão" _ disse Bento XVI.

No sábado de manhã, o pontífice visitou a Obra Social Nossa Senhora da Glória, também conhecida como Fazenda da Esperança: um centro de reabilitação para dependentes de drogas e alcoolistas, em Guaratinguetá, cidade do primeiro santo do Brasil – Santo Antônio de Sant'Anna Galvão _ onde foi recebido por seis mil pessoas e retribuiu calorosamente, apertando as mãos de numerosos presentes.

No domingo, 13 de maio, de manhã, cerca de 150 mil pessoas assistiram, no estacionamento do santuário mariano de Aparecida, à missa campal presidida pelo pontífice, inaugurando a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe.

Em sua homilia, o papa afirmou que a fé em Deus e no Espírito Santo deve nortear a vida dos católicos da América Latina, e não as ideologias. E sublinhou que a Igreja não faz proselitismo, pois "ela cresce muito mais por atração".

Às 16h, Bento XVI presidiu, na Sala de Conferências do santuário, à sessão inaugural da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, motivo principal de sua vinda ao Brasil.

Às 18h30, o pontífice deixou Aparecida, a bordo de um helicóptero que o conduziu diretamente ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, onde o aguardava o avião da Alitalia, que o traria de volta a Roma e ao Vaticano. Em sua partida, Bento XVI foi saudado pelo vice-presidente do Brasil, José Alencar Gomes da Silva. Em seu discurso de despedida, o Santo Padre agradeceu a Deus, "ao deixar esta terra abençoada", por ter-lhe permitido "viver aqui, horas intensas e inesquecíveis". (MZ)







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