Numa obra inédita especialistas em várias áreas explicam Fátima

(11/5/2007) No 90.º aniversário das aparições de Fátima, a Princípia edita a "Enciclopédia de Fátima", estudo pioneiro e interdisciplinar que aborda de forma multifacetada, científica e rigorosa os acontecimentos de Fátima. A ideia surgiu há três anos. "Depois do guião inicial com as entradas e a reunião com os investigadores" surgiu a obra que será lançada, oficialmente, hoje, em Fátima.
Em mais de 120 entradas, especialistas de diversas áreas - história, teologia, arte, sociologia, etnografia e urbanismo, entre outras - fazem desta Enciclopédia de Fátima não só um meio de acesso rápido a toda a informação pertinente sobre os actores e os lugares, os temas e os problemas, a origem e a evolução das aparições da Cova da Iria, mas também um trabalho que oferece, pela primeira vez, tanto a estudiosos como a quaisquer outros interessados no tema, uma visão global e actualizada das investigações sobre Fátima que se abre a interpretações rigorosas e críticas, teologicamente fundamentadas e historicamente objectivas.
A Enciclopédia de Fátima surge para "responder a uma lacuna editorial", explicou D. Carlos Azevedo, coordenador da obra que teve também a coordenação do padre Luciano Cristino, director do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário. A obra resulta de um trabalho de três anos, escrita por um grupo de 58 pessoas, especialistas em variados temas desde História, Direito, Arte e até Botânica. "Nunca se fez um trabalho tão inovador", considera D. Carlos Azevedo, sublinhando que, até agora, as publicações relacionadas com o fenómeno de Fátima são, sobretudo, "obras de nível muito popular ou devocionais ou ainda sobre congressos científicos". O livro, que contém temas biográficos, "procura responder, de forma simples e acessível a todas as perguntas sobre Fátima, nas mais variadas áreas", contou ainda, frisando que, por isso, se destina a um vasto público e não apenas aos estudiosos do fenómeno. D. Carlos Azevedo, que tem já experiência na coordenação de obras religiosas - coordenou o dicionário de História Religiosa de Portugal - mostra-se optimista em relação ao interesse que a enciclopédia venha a suscitar, apesar de de mostrar "consciente de que o público português é mais dado a devoções do que a obras de estudo". Mas este novo livro, cuja primeira edição de quatro mil exemplares foi colocada nas principais livrarias do país desde a semana passada, tem suscitado o interesse estrangeiro. Algumas editoras de Itália, Polónia e França já manifestaram o desejo de ver traduzida a obra. O que, considera o bispo, "não será fácil", uma vez que a enciclopédia tem mais de 600 páginas. O interesse demonstrado é, para D. Carlos Azevedo, revelador de que "fazem falta estas obras que se dedicam mais ao estudo profundo". A obra será apresentada esta noite, no Centro Pastoral Paulo VI.