Nova igreja em Fátima, será inaugurada em Outubro: ponto culminante dos 90 anos das
celebrações das Aparições de Nossa Senhora
(9/5/2007) A nova Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, vai ser inaugurada a
13 de Outubro, como ponto culminante dos 90 anos das celebrações das Aparições de
Nossa Senhora. A futura igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, será o maior
recinto público fechado de Portugal. A igreja terá forma circular, com 125 metros
de diâmetro, e é sustentada por um grande pilar que suporta toda a cobertura e evita
colunas no interior do templo. O projecto, desenhado pelo arquitecto greco-ortodoxo
Alexandros N. Tombazis, combina a luz e a tecnologia, procurando respeitar a atmosfera
de Fátima. No total, a igreja da Santíssima Trindade conta uma nave central de
nove mil lugares sentados (um primeiro espaço para 3500 pessoas, separado por um biombo,
poder ser completamente aberto em caso de necessidade), em cujo altar será colocada
uma pedra retirada do túmulo de S.Pedro, oferecida pelo Vaticano. O interior da
igreja é iluminado pelo tecto, através de janelas viradas para Norte (sheds), dando
prioridade à luz natural. Será possível mudar a iluminação, em diferentes lugares
e com diferentes intensidades, com a ajuda de um sistema computadorizado. Simbolicamente,
a orientação dos sheds lança o olhar em direcção à Basílica já existente. O custo
total da maior obra de construção civil deste tipo realizada em Portugal, deverá atingir
os 60 milhões de euros, uma verba superior em 14 milhões ao orçamento inicial, mas
justificada por trabalhos a mais, alguns erros e actualização de preços. Sobre esta
matéria, Mons. Luciano Guerra salientou que houve uma derrapagem no prazo, de seis
meses. Além das cerimónias religiosas, há espaços polivalentes que podem ser também
utilizados para acolher grandes eventos que decorram em Fátima. Os espaços exteriores
serão pavimentados com calçada portuguesa (cerca de 22 mil metros quadrados), sendo
possível encontrar uma referência a textos bíblicos em 23 línguas. Depois da inauguração,
a 13 de Outubro, a Igreja apenas poderá permanecer aberta se for resolvido o problema
da passagem de peões desde o Centro Pastoral Paulo VI, sem "perigo" para os peregrinos.
Programa iconográfico Atrás do altar, está o Cristo crucificado de 7,5 metros
de altura e que pesa 3,5 toneladas, em bronze, da autoria da irlandesa Catherine Green.
Não se trata de um Cristo sofredor, “não é um Cristo de glória, mas de passagem para
a Glória”, com influência da arte bizantina. Atrás um painel, com imagens do céu e
uma faixa do inferno, uma obra coberta a folha de ouro. Do lado direito do altar vai
ser colocada uma imagem de Nossa Senhora de Fátima de 3,5 metros de altura, que está
a ser feita na Itália. A primeira pedra, oferta de João Paulo II vai ficar colocada
numa reentrância, "enquadrada no espaço do altar", para significar a “unidade desta
igreja à igreja de Pedro”, afirmou Mons. Luciano Guerra. O edifício terá 13 portas:
12 laterais dedicadas aos Apóstolos, em bronze, e a porta central, de 64 metros quadrados,
que terá “efeitos artísticos” sobre Deus e a Santíssima Trindade. Ao todo são
nove os artistas, de diferentes países convidados para participarem neste templo com
uma obra de arte, fruto da preocupação do Reitor, tendo em conta que 15 por cento
dos peregrinos são estrangeiros e a “dimensão universal” já atingida pela mensagem
de Fátima. O espaço contará com estátuas dos Papas Pio XII, Paulo VI e João Paulo
II, para além de D. José Alves Correia da Silva (primeiro Bispo depois da restauração
da Diocese). A famosa Cruz Alta será completamente nova, uma vez que aquela que estava
no recinto se encontrava deteriorada. Terá 34 metros de altura e 17 de largura. A
primeira paragem do grupo de jornalistas foi a chamada "zona da reconciliação", junto
à entrada do lado sul, um local privilegiado para a confissão sacramental e a reflexão.
Uma rampa assegura o acesso alternativo às escadas. O complexo inclui 3 capelas
da Reconciliação, que servirão também para outras celebrações. A “zona da reconciliação”
é composta por uma área para peregrinos portugueses, com salão-capela de 600 lugares
sentados e 32 gabinetes/confessionários, e outra área para peregrinos estrangeiros,
com 2 capelas de 120 lugares cada e 32 gabinetes/confessionários. O átrio dos
Apóstolos Pedro e Paulo, com um corredor de 150 metros, serve para "a preparação das
pessoas que desejam confessar-se". Terá painéis assinado por Siza Vieira. A meio deste
corredor encontram-se dois lagos, espelhos de água, um alusivo ao Baptismo (água a
cair) e outro à Criação (água a jorrar). Entre estes dois espelhos há uma ligação
de acesso ao espaço de convívio que adoptará o nome de Santo Agostinho. Um espaço
será reservado para o Lausperenne (Adoração Eucarística), que assim deixa a capela
junto à colunata sul. (Ecclesia)