Liberdade de imprensa celebrada em Medellin ( Colômbia)
(3/5/2007) O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que a UNESCO assinala hoje em
Medellín, na Colômbia, é este ano dedicado à segurança dos jornalistas, uma classe
profissional que viu 150 dos seus membros morrerem violentamente no decurso do ano
passado.Numa mensagem divulgada ontem em Paris, o director-geral da Organização da
ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) considerou que “existe uma ligação
muito estreita entre a garantia de segurança dos jornalistas e o exercício das próprias
liberdades”, acrescentando que, “para que possamos actuar como cidadãos do mundo,
informados, é preciso que os meios de comunicação possam trabalhar livremente e com
segurança”, frisou. Koichiro Matsuura homenageou os jornalistas que perderam a vida
no exercício da sua actividade e os que, “pese embora os riscos e perigos”, transmitem
informações. Na cerimónia em Medellin, na Colômbia, aquele responsável entregará o
Prémio Mundial da Liberdade de Imprensa/Guillermo Cano ao filho da jornalista russa
Anna Politkovskaya, morta a 7 de Outubro de 2006 no elevador do prédio em que residia,
em Moscovo. Na altura a jornalista da «Novaya Gazeta» investigava suspeitas de abuso
de poder das autoridades russas na Tchetchénia.A edição deste ano do Dia Mundial da
Liberdade de Imprensa comemora-se no segundo país mais perigoso para os jornalistas
na América do Sul, onde em 2006 morreram três repórteres, segundo o relatório anual
do Instituto Internacional da Imprensa, rede de editores e directores de meios de
informação de mais de 110 países. O mesmo documento qualificou o ano passado como
“o mais brutal e selvagem da história moderna da imprensa”. O Iraque continua a liderar
a lista dos países mais perigosos para a liberdade de imprensa e a integridade física
dos jornalistas, com 69 profissionais mortos em 2006, na sua maioria locais. Em seguida
surgem o Afeganistão, o Paquistão, as Filipinas, o México e o Sri Lanka.Na Europa
a situação mais preocupante é a da Rússia, onde Anna Politkovskaya se transformou
a 43ª na lista de jornalistas assassinados registados pelo Instituto Internacional
da Imprensa naquele país desde 1997. Dados dos Repórteres Sem Fronteiras referem que
no ano passado foram assassinados em todo o mundo 75 jornalistas e 32 profissionais
da imprensa, sendo que a UNESCO fala em 150 profissionais mortos violentamente no
ano passado no exercício da actividade jornalística.