Bruxelas com os olhos postos na França: quer saber qual a saida para o impasse institucional
ligado á Constituição europeia
(3/5/2007) O desfecho da segunda volta das eleições presidenciais francesas, domingo,
é aguardado com particular expectativa em Bruxelas, pois ditará a posição da França,
um “peso pesado” da União Europeia, em “dossiers” comunitários sensíveis, como o Tratado
Constitucional. Os dois candidatos à sucessão de Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy
e Ségolène Royal, assumem posições distintas relativamente à saída para o impasse
institucional que nasceu há dois anos precisamente com o «não» popular em França à
chamada Constituição Europeia, mas também noutras importantes temáticas europeias,
como a adesão da Turquia.Em relação ao Tratado Constitucional, se os franceses elegerem
o conservador Sarkozy, a França deve defender uma solução rápida que passaria por
um «mini tratado» que permita à UE «funcionar» a 27 e ter capacidade para receber
novos Estados-membros no futuro.Já uma vitória da socialista Ségolène Royal teoricamente
pode tornar mais complexo o objectivo de encontrar uma solução a breve trecho - e
que podia ter mesmo lugar no segundo semestre do ano, durante a presidência portuguesa
da UE -, pois a socialista defende negociações para um tratado completamente novo
e novas consultas populares, na mesma altura que as eleições para o Parlamento Europeu.
Particularmente atento aos resultados de domingo está Portugal, pois Lisboa já foi
«incumbida» pela presidência alemã de fazer os preparativos para uma conferência intergovernamental
para lançar as negociações sobre o Tratado.