Alerta antes da cimeira do G8: bispos do mundo inteiro pedem mais compromisso com
os pobres
(3/5/2007) O presidente federal da Alemanha, Horst Koehler, recebeu nesta quarta-feira,
em Berlim, uma delegação de bispos de quase todo o mundo, encabeçada pelo cardeal
hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, para falar sobre os preparativos da reunião
do grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia, o G8, que se realizará
em Heiligendamm, de 6 a 8 de junho. O cardeal Rodríguez Maradiaga entregou um documento
ao presidente Koehler, no qual os representantes eclesiais manifestam a sua profunda
preocupação pela diminuição da ajuda aos países em vias de desenvolvimento e reclamam
o seu aumento.
Recentemente, a Santa Sé divulgara a carta que Bento XVI escreveu
à Chanceler da Alemanha, Angela Merkel, por ocasião da presidência alemã da UE e da
próxima cimeira do G8. Nela, o Papa considera que a eliminação da pobreza constitui
"uma das tarefas mais importantes do nosso tempo". A missiva pede "condições comerciais
favoráveis" para os países pobres, incluindo "um acesso amplo e sem reservas ao mercado",
bem como o perdão "completo e incondicional" da dívida externa. Esta medida, acrescentava
o Papa, deve ser acompanhada de outras que assegurem que os países pobres não acabem,
novamente, "em situações de dívida insustentável". Para Bento XVI, é fundamental
que não se perca de vista o problema da pobreza e se coloque o continente africano
"no centro das negociações políticas internacionais". Neste contexto, tanto a UE como
o G8 devem "desempenhar um papel chave". "Pessoas de diferentes religiões e culturas
de todo o mundo estão convencidas de que o objectivo de eliminar a pobreza até 2015
é um dos mais importantes do nosso tempo", referiu o Papa. Permitir que os países
mais pobres se desenvolvam de uma forma cada vez mais interligada com os países ricos,
no processo da globalização, é para Bento XVI "um dever moral, grave e incondicional,
baseado sobre a pertença comum à família humana".